Há tempos o governo brasileiro, via presidência e outras, evidencia
um completo favorecimento a um time de futebol do país, o Corinthians.
Se não bastasse a tremenda incoerência de construir um
novo estádio em São Paulo para beneficiar tal clube, disponibilizar mais de R$1
bilhão de reais em benefícios fiscais e empréstimos diretos do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - agora o
governo, ou melhor, o Corinthians anuncia seu novo patrocinador: a Caixa
Econômica Federal, um banco 100% estatal. O patrocínio chega a marca de R$31 milhões de reais por ano, o maior patrocínio obtido por um clube de futebol no país, com renovação já acertada até 2014.
Acredito que chegamos ao cúmulo dos absurdos! Como pode
um banco estatal financiar as atividades de uma empresa privada sem qualquer
tipo de concorrência? No setor público o sistema de licitações foi criado para
evitar que situações como essa, de privilégio explícito ao setor privado,
ocorressem.
Mas pasmem cidadãos, eles ignoraram mais uma vez todas as
regras para continuar jogando a favor desse time. Um time que tem seu
ex-técnico como técnico da seleção brasileira, seu ex-presidente como integrante da
comissão organizadora da Copa do Mundo, ao lado do ex-atacante da seleção
brasileira, Ronaldo, vulgo Fenômeno, sócio majoritário do clube. É praticamente a nata do crime organizado
do futebol atuando sem limites!
Agora, só falta a atual presidente dar uma concessão de
rádio e tv pública a empresa Corinthians para ela ter também um canal aberto e
explorar todas as possibilidades. Na verdade, ainda não tomou essa atitude pois já existem pelo menos duas redes de tv aberta que trabalham exclusivamente para o Corinthians, abertamente. Também poderia criar um novo
ministério para tratar de assuntos relevantes a essa empresa, tipo Ministério
do Corinthians e do Esporte, afinal, o esporte tem que estar subordinado ao
Corinthians e não o contrário. No entanto, também não o fez pois já tem o ex-presidente da república como um dos seus principais articuladores nos mais diversos segmentos, além de outros tantos políticos e personalidades.
A Caixa Econômica Federal deveria entrar nessa com mais afinco e criar o programa "Meu ingresso, minha vida", só para os corintianos. Que tal também o "Vale Vitória", para ser oficialmente entregue aos juízes que favorecerem o Corinthians nos campeonatos disputados. Além é claro de novas linhas de crédito para os torcedores comprarem camisetas do time, bolas de futebol, enfim, tipo o "Bolsa Sofredor".
Esse tipo de atitude serve para nos mostrar o quanto o
dinheiro público no Brasil serve para alimentar a fome de quem não precisa,
matar a sede dos cegos pelo poder e saciar a vaidade daqueles que não seriam
nada na vida se fossem depender exclusivamente do mérito.
No mais, fica a impressão de que quando o Brasil foi
escolhido como sede da Copa do Mundo, os políticos (donos das empreiteiras) e as grandes
corporações do país (donas dos políticos) criaram o jargão, agora utilizado por uma cervejaria, e na mesma hora
pensaram: imagina a festa que vai ser!
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