quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Neste sábado tem Teatro em São Roque



Peça: Era uma vez...

Direção: Lisa Camargo.

Elenco: CiadeEros.

Data: 04/12/10(Sábado).

Horário: 20:30.

Local: C.E.C Brasital.Salão: Regente Gentil.

Censura: Não indicada para menores de 12 anos.


ERA UMA VEZ...

O autoritarismo é o tema central da peça “Era uma vez...”, montagem da CiadeEros, grupo composto por 17 adolescentes, formado este ano dentro da Divisão de Cultura da Prefeitura da Estância Turística de São Roque e coordenado por Lisa Camargo.

Escrita em 2009, para apresentação no 4° Festival de Teatro Estudantil da Zona Norte de Sorocaba, com a participação de 14 escolas públicas, a peça de autoria de um estudante de 17 anos, Vitor Gabriel Martines, ganhou os principais prêmios do festival.

Era uma vez..., conta a história de João Ninguém, um rapaz pobre, que em busca de uma vida mais digna, sai de sua terra natal com destino ao país fantástico, país comandando por um “tal” Senhor Poder.

No elenco: André Nogherini, Bia Paloma, Carol Garcia, Dani Campos, Fabrício Morais, Fernando Ramires, Gabrielle Pinho, Juh Marques, Karina Soares, Kelly Miranda, Lais Valente, Mayara Leite, Matheus Pezzota, Rafa Morais, Renan Ribeiro, Rodolpho Weinz e Thaís Castro.


Muitas surpresas o aguardam, até mesmo um final inesperado...
Imperdível!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Paul McCartney no Brasil

Segunda-feira, 22/11, milhares de fãs lavaram a alma! Tanto pela chuva quanto pelo show do Beatle Paul McCartney no estádio do Morumbi, em São Paulo/SP.

Durante três horas de show, Paul cantou com o mesmo timbre que o caracterizou como um dos melhores vocais da história do Rock. Se comunicando com a platéia em português e pedindo desculpas quando não sabia como dizer uma frase corretamente, ainda mostrou um admirável respeito pelo público, ao contrário dessas muitas bestas da indústria cultural que pisam no Brasil e cospem na cara dos fãs.

Ouvir "Yesterday", "Let it be" e muitos outros clássicos como "Eleanor Rigby" e "Something" a poucos metros de um dos figuras que criou essas letras e melodias foi inacreditável!

Algumas críticas na grande imprensa satirizaram a presença do Beatle, alguns chegaram a afirmar que uma das melodias mais lindas criadas com o violão, o clássico "Black Bird", é brega. Sem comentários...

Além do impressionante profissionalismo de Paul McCartney e seu respeito com o público e os demais integrantes da banda, algo que chama a atenção é o vocalista cantar durante mais de três horas sem tomar um único gole de água. Ele não se poupou um segundo sequer, deu tudo de si como um jovem de 16 anos que acaba de compor seu novo som.

No telão, fotos da história de Paul e dos Beatles, imagens de sua família e animações alucinantes dominaram todo o show. No início, um gigantesco painel, na vertical, exibia figuras, cartazes de shows no Cavern Club, fotos e imagens, tudo cuidadosamente montado, com inúmeros signifcados, assim como foram feitos os clipes, os filmes e tudo que foi produzido relacionado aos Beatles.



A banda é outro show a parte: o guitarrista Rusty Anderson, o guitarrista e baixista Ray West, o tecladista Wix Wickens e o baterista Abe Laboriel Jr, figuraça! Todos fazem uma cama de vocal perfeitamente afinada e tocam muito. Execução redonda!
 
É inegável para qualquer crítico não reconhecer o espetáculo e o carisma de Paul McCartney no palco até hoje. As mulheres ainda gritam desesperadamente, só que agora, para um senhor de quase 70 anos de idade, que tem o mesmo brilho no olhar e a mesma postura de sempre: rock'n roll!

Pra finalizar, "Helter Skelter" e "Sgt. Peppers", sendo a primeira, considerada a música que precede o metal, um dos riffs mais pesados de todos os tempos. Mais uma surpresa para os amantes da banda que mudou a história do Rock.

Saudações Sir Paul McCartney! Obrigado pelo show!
Thanks for the show! We salute you!
Assista a um trecho do show
fotos: Karen / Mário Barroso

Conselho Municipal de Cultura é aprovado pela Câmara

Caros artistas, produtores e cidadãos de São Roque,

Ontem, 30 de Novembro de 2010, foi aprovado pela Câmara dos Vereadores o projeto de lei que dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Cultura.
Agora São Roque possui uma ferramenta efetiva para a construção de uma Política Pública de Cultura. Um processo longo, trabalhoso e muito complexo. Por isso é extremamente importante que artistas, produtores e entidades continuem se organizando para eleger seus representantes no Fórum Permanente de Cultura e no Conselho Municipal de Cultura.

A partir de 2011, o Conselho será o responsável em direcionar a verba da Cultura através de editais específicos para os segmentos atuantes na cidade. Portanto, falando o português claro, quem quer dinheiro, incentivo, seja através de lei ou de qualquer outra forma, é imprescindível participar deste processo indo nas reuniões, propondo alternativas e elegendo seus representantes.

Aprovar o Conselho Municipal de Cultura através de lei é uma importante vitória para os Profissionais da Cultura, mas isso é só o começo. E essa vitória só foi possível por que inúmeros Profissionais da Cultura se dedicaram a fazer o lado burocrático do processo, pois se dependesse apenas da classe política, certamente não seria possível, tanto por falta de conhecimento quanto por falta de vontade política.

Existem rumores de que um pequeno grupo quer se apoderar da produção cultural local, críticas comuns as reuniões do Fórum. No entanto, a participação é livre e todos estão convidados a participar, sem qualquer distinção. Tentamos divulgar as atividades do Fórum sempre que possível, possuímos uma lista de e-mails com mais de trezentas pessoas cadastradas (além do mailing da Divisão de Cultura) das quais, muitas participaram da Conferência Municipal de Cultura, mas infelizmente atraímos dez ou cinco pessoas nas reuniões.

Reclamar, criticar e pedir verba sempre foi fácil, ainda mais com a defasagem histórica da cultura na cidade. O difícil é abandonar o conforto de nossas casas em um segunda-feira a noite, por exemplo, para sentar em uma cadeira e ficar discutindo o que fazer, como fazer e para quem fazer.

Hoje somos um pequeno grupo, dispostos até mesmo a virar vidraça,
mas as conquistas serão coletivas, por isso segue o apelo a participação. Precisamos de oposição, contra-ponto, pontos de vista diversos, precisamos de discussões efetivas, não de murmúrios descontentes pelos becos.

Acreditando ou não, concordando ou não, a participação e a politização dos produtores, artistas e população em geral é extremamente necessária neste processo.

Muitos já deram a cara pra bater, só falta a sua!
Saudações Culturais!

Fórum Permanente de Cultura
Reuniões: última segunda-feira de cada mês, às 19hs.
Próxima reunião: 20/12
Local: Centro Educacional e Cultural Brasital
Infos: cultura@saoroque.sp.gov.br
mario81_sr@hotmail.com

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sanroquense lança livro de crônicas


Neste sábado (27/11), às 20hs, haverá o evento de lançamento do livro “Um psiquiatra neste bando de loucos – Coisas Agudas e Crônicas”, do escritor sanroquense Paulo José Moraes. O evento será realizado no restaurante Vila Don Patto, em São Roque/SP.


Não é exagero afirmar que nas veias de Paulo José Moraes corre o sangue mais brasileiro, humanista e divertido do meio médico e acadêmico do país. Com uma trajetória profissional de credibilidade reconhecida, hoje atua como médico do Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein e atende em consultório na especialidade do Psicodrama. Na vida privada pode ser definido basicamente como: Babalorixá, Corinthiano e Cinéfilo, tudo em letras maiúsculas!

O livro, publicado pela editora República Editorial, contempla textos inéditos e crônicas publicadas desde os anos em que Paulo Moraes escrevia para o caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo, traz estórias do cotidiano, reflexões, visões de mundo, experiências de terapias diversas, música, teatro, cinema, tudo com o tom e a visão peculiar do autor.

Assim como sua vida, sua obra é cheia de significados. E não poderia ser diferente, já que o autor tem uma profunda vivência profissional como psiquiatra e espiritual como Babalorixá do Templo Guaracy do Brasil, além de ter uma extensa carreira no teatro, amador e profissional.

Sua inclinação para atividades culturais e artísticas vem desde o tempo em que fazia Faculdade de Medicina em Catanduva. Nessa época, Paulo José Moraes organizou inúmeros eventos musicais, com participações de Vinicius e Toquinho, Marília Medalha, Trio Mocotó, Chico Buarque e MPB4, Taiguara, Gal Costa, Gilberto Gil e Macalé, Plínio Marcos, Geraldo Filme, entre outros artistas. Além disso, atuou como editor de cultura do Jornal dos Trabalhadores, dirigido por Perseu Abramo, para o qual entrevistou nomes como Henfil, Gonzaguinha, Rolando Boldrin e Mercedes Sosa.

Durante todos esses anos Paulo José Moraes cativou inúmeros amigos, que hoje são personalidades na música, no teatro, no cinema. O ilustre compositor da MPB, Paulo César Pinheiro, é um desses, que escreveu carinhosamente o prefácio da obra:

“São reflexões e pensamentos profundos, visões de mundo e alma particulares...O livro é um retrato claro de seu espírito, uma marca de sua existência e uma pegada que seu coração deixa em sua passagem terrena. Li de uma vez, sem parar. E gostei!”.


Serviço:
ISBM: 978-85-87562-22-7
Número de Páginas: 208
Valor de venda: R$ 28,00


Evento de lançamento do livro:
Data: Sábado – 27 de novembro de 2010
Horário: 20hs.
Local: Restaurante Vila Don Patto (Estrada do Vinho, km 2,5 – São Roque/SP)
Reservas: (11)4711.3001 / contato@viladonpatto.com.br


Assessoria de Imprensa:
Mário Barroso - (11)9898.2101
mario81_sr@hotmail.com

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sanroquense lança livro de crônicas



Não é exagero afirmar que nas veias de Paulo José Moraes corre o sangue mais brasileiro, humanista e divertido do meio médico e acadêmico do país. Com uma trajetória profissional de credibilidade reconhecida, hoje atua como médico do Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein e atende em consultório na especialidade do Psicodrama. Na vida privada pode ser definido basicamente como: Babalorixá, Corinthiano e Cinéfilo, tudo em letras maiúsculas!

Além disso, Paulo José Moraes também é jornalista e está lançando um livro que reúne crônicas produzidas nas últimas quatro décadas intitulado “Um psiquiatra neste bando de loucos – Coisas Agudas e Crônicas”, pela editora República Editorial.

O livro, que contempla textos inéditos e crônicas publicadas desde os anos em que Paulo Moraes escrevia para o caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo, traz estórias do cotidiano, reflexões, visões de mundo, experiências de terapias diversas, música, teatro, cinema, tudo com o tom e a visão peculiar do autor.

Assim como sua vida, sua obra é cheia de significados. E não poderia ser diferente, já que o autor tem uma profunda vivência profissional como psiquiatra e espiritual como Babalorixá do Templo Guaracy do Brasil, além de ter uma extensa carreira no teatro, amador e profissional.

Sua inclinação para atividades culturais e artísticas vem desde o tempo em que fazia Faculdade de Medicina em Catanduva. Nessa época, Paulo José Moraes organizou inúmeros eventos musicais, com participações de Vinicius e Toquinho, Marília Medalha, Trio Mocotó, Chico Buarque e MPB4, Taiguara, Gal Costa, Gilberto Gil e Macalé, Plínio Marcos, Geraldo Filme, entre outros artistas. Além disso, atuou como editor de cultura do Jornal dos Trabalhadores, dirigido por Perseu Abramo, para o qual entrevistou nomes como Henfil, Gonzaguinha, Rolando Boldrin e Mercedes Sosa.

Durante todos esses anos Paulo José Moraes cativou inúmeros amigos, que hoje são personalidades na música, no teatro, no cinema. O ilustre compositor da MPB, Paulo César Pinheiro, é um desses, que escreveu carinhosamente o prefácio da obra:

“São reflexões e pensamentos profundos, visões de mundo e alma particulares...O livro é um retrato claro de seu espírito, uma marca de sua existência e uma pegada que seu coração deixa em sua passagem terrena. Li de uma vez, sem parar. E gostei!”.

Após o lançamento do livro na Livraria da Vila, em São Paulo, haverá o evento de lançamento do livro em São Roque/SP, no dia 27 de novembro (sábado), às 20hs, no restaurante Vila Don Patto. Não perca!


Serviço:
ISBM: 978-85-87562-22-7
Número de Páginas: 208
Valor de venda: R$ 28,00

Evento de lançamento do livro:
Data: Sábado – 27 de novembro de 2010
Horário: 20hs.
Local: Restaurante Vila Don Patto (Estrada do Vinho, km 2,5 – São Roque/SP)
Reservas: (11)4711.3001 / contato@viladonpatto.com.br


Assessoria de Imprensa:
Mário Barroso - (11)9898.2101
mario81_sr@hotmail.com



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Questão da Música ao Vivo – Bares e Estabelecimentos

Nesta segunda-feira (18/10) foi realizada uma reunião na Prefeitura Municipal da Estância Turística de São Roque entre os proprietários de bares e restaurantes, músicos e representantes da prefeitura para tratar sobre a questão da música ao vivo nos estabelecimentos.

Na ocasião, estiveram presentes Marcelo Renato (Diretor de Planejamento), Leonildo Sobreira Lima (Chefe da Divisão de Planejamento), Rafael Bonino (Advogado da Prefeitura) e Alexandre Oliani (Fiscal de Postura), os vereadores Rodrigo Nunes, Tio Milton e João Paulo, além de 20 pessoas, entre músicos e proprietários de estabelecimentos.

Os representantes de bares e estabelecimentos levaram diversas questões aos técnicos, como dificuldade de adequação para obtenção de alvarás, burocracia, denúncias infundadas, queda nos rendimentos, entre outros assuntos. Os músicos presentes colocaram a dificuldade que estão encontrando para exercer sua atividade na cidade, afirmando que muitos estão tendo que sair de São Roque para continuar trabalhando.

Após duas horas de reunião, foi criada uma comissão entre os presentes para levar até a prefeitura sugestões para alterar a presente legislação, que é vista pelos próprios representantes do poder público como defasada, e medidas que ajudem os proprietários de estabelecimentos a se adequarem às exigências. Os integrantes da comissão são: Nildo Santana, Reginaldo Antonio Ferreira, Mário Barroso, Adalberto Faria Rosa, Luciano de Souza, Rodrigo Nunes e Rodrigo Amaral (suplente).

Os representantes do poder público afirmaram que a prefeitura tomará providências em um prazo de um mês, após receber as sugestões enviadas pela comissão. O vereador Rodrigo Nunes também afirmou que a Câmara de Vereadores dará todo o suporte necessário para a comissão, desde espaço físico até equipe técnica.

Todos os representantes de bares e estabelecimentos, músicos e cidadãos em geral que não estiveram presentes podem contribuir com os trabalhos entrando em contato com a Câmara de Vereadores ou com a Prefeitura Municipal da Estância Turística de São Roque.


Por Mário Barroso
MTB: 47.431/SP

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quanto vale o seu anel de ouro?


O acidente na mina San José, no Chile, reabre as discussões sobre as improbidades praticadas pelos grandes grupos, corporações e governos na atividade extrativista

Baseado em uma emblemática passagem bíblica, o presidente chileno Sebastián Piñera, pouco antes do início da operação de resgate dos 33 mineiros, disse: “A fé movimentou montanhas”.

Hoje, veículos de comunicação de todo o mundo transmitem o que parece ser o fim do drama dos 33 mineiros do Chile, soterrados há três meses. Trabalhadores, pais de família, que servem ao grupo San Esteban, proprietário da mina San José, já pressentiam a provável tragédia. “A mina chora com frequência”, contava um dos mineiros meses antes do desmoronamento, afirmando que ela derramava “lágrimas de poeira e de cascalho” e que todos aqueles que trabalhavam nela estavam conscientes que a mina, com mais de um século de atividade, não era segura.

O Ministro das Minas do Chile, Laurence Golborne (aliás, nome curioso para um dirigente chileno, não acham?), afirmou: “Nada substitui a ética e a consciência de segurança das empresas e dos trabalhadores”. Ética? Consciência de segurança?

Mais de oitenta acidentes foram relatados nas últimas décadas na mina San José e deslizamentos de cascalho eram freqüentes. Em 2007 a mina de cobre e ouro foi fechada devido a morte de um operário, mas logo no ano seguinte já foi reaberta, sem nenhuma medida de segurança implantada, afinal, tempo é dinheiro ou como diriam os descendentes de Golborne: “time is Money”.

O desmoronamento do dia 5 de agosto de 2010, que deixou os 33 mineiros presos embaixo da terra, resultou de uma explosão provocada pela ruptura do equilíbrio natural da estrutura da mina (resultado da contínua e desgovernada extração de minérios). Essa é a principal causa dos acidentes em minas do Chile e de todo o mundo. Mas as irregularidades são inúmeras: falta de escada de emergência, rampa de acesso, sistema de ventilação adequado, medidas para evitar contaminação e por aí vai...

Para se ter uma idéia de quanto o Estado chileno se preocupa com a segurança dos mineiros, o Serviço Nacional de Geologia e de Minas, órgão regulador da atividade no país, tem somente dezesseis inspetores para monitorar mais de 4.000 minas. Isso não é diferente nos órgãos dos demais países da América do Sul. Agora, o governo chileno promete dobrar os investimentos e o número de inspetores, isso também ocorre nos demais países da América do Sul quando há ocorrências dessa magnitude. Quem souber dizer qual será o desfecho ganha um doce!

O Chile é o principal produtor de cobre de todo o mundo, extraindo mais de um terço do cobre mundial. O metal avermelhado representa 60% de suas exportações e 15% de seu produto interno bruto. A gigante estatal Codelco e algumas grandes multinacionais (BHP Billiton, Barrick, Xstrata Copper) são detentoras da maior parte dos rendimentos da atividade extrativista.

fotos dos 33 mineiros soterrados há três meses

Por incrível que pareça, os mineiros de San José garantem que sua profissão, difícil e perigosa, faz deles trabalhadores privilegiados no meio operário chileno, pois recebem por mês quase quatro vezes o salário mínimo do Chile (o equivalente a R$ 595,00). Logicamente, eles não levam em conta o nível de contaminação a que estão expostos, a extensa jornada de trabalho, a falta de segurança, entre outras questões cruciais.

Entender o por que disso é tão difícil quanto entender de onde os mineiros tiram forças para entoar o hino do Chile, ao lado da bandeira do seu país, enquanto estão soterrados pela ingerência do próprio Estado.

Ao longo dos últimos séculos, desde o massacre pacífico dos colonizadores americanos e a descoberta das minas de Potosí (Perú) e Ouro Preto (Brasil), por exemplo, trabalhadores de todo o mundo passam mais da metade de suas vidas sobre metros e metros de terra. Sujeitos as mais diversas formas de contaminação, das mais diversas substâncias. Reféns das mais diversas formas de exploração, dos mais diversos tipos de grupos, corporações e governos.

Não importa qual é o metal, qual é o país ou grupo detentor da atividade extrativista, a regra é sempre a mesma. Na África, os diamantes brotam em meio a guerra civil e ao trabalho escravo. Cerca de milhões de pessoas são assassinadas brutalmente devido ao tráfico ilegal dessa pedra. Na América, parece inesgotável a quantidade de ouro, prata e cobre. Um continente onde a riqueza da terra não é suficiente para matar a fome, para acabar com a pobreza ou para, ao menos, diminuir a desigualdade. Na Europa e Estados Unidos, o sangue e o suor dos mineiros de todo o mundo são polidos e, após um processo de higienização, o material bruto é trabalhado para ser importado e exportado pela indústria da moda como pulseiras, colares, anéis, brincos, entre outros milhares de artefatos.

No entanto, a sede do mercado de mineração não abre espaço para questionamentos. Milhões de pessoas procuram ansiosamente pelas novas peças de sua coleção. Como faraós do Egito antigo, adornam suas roupas, móveis, utensílios domésticos, entre outros tantos objetos possíveis e inimagináveis com suas pedras e metais.

Rasgando a Terra, abrindo as veias do planeta sem dó, nem piedade, as corporações multinacionais seguem propondo parcerias criminosas para governos e mineiros visando atender a crescente demanda. Talvez, a colocação do presidente chileno, trazendo a emblemática passagem bíblica para ilustrar os recentes acontecimentos, tenha sido infeliz. Sugiro outra citação, um tanto mais cabível:
“A fé move montanhas, o capital remove!”.



Por Mário Barroso
MTB: 47.431/SP



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Qual será a seleção brasileira do Rage no SWU?

Após longos anos de espera, a multidão de seguidores do Rage Against The Machine no Brasil não se cansa de perguntar quais serão os clássicos apresentados no dia 09/10, durante o show no festival SWU, realizado em Itú/SP.

O mega-evento, que vai ser realizado na cidade onde “tudo é grande”, traz uma das maiores bandas da história do rock pela primeira vez na América do Sul e “nunca antes na história deste país”. Formada por Zack de La Rocha (vocal), Tom Morello (guitarra), Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria), o Rage é uma das mais influentes e pesadas bandas de todos os tempos.

Mas isso todo mundo já sabe! O que todos querem saber agora é o que vai rolar no dia do show, quais serão os sons do repertório?

O Rage Against The Machine se apresentou pela última vez no dia 6 de junho deste ano, gratuitamente, em Londres. Cerca de 40.000 pessoas foram ao Finsbury Park e ouviram músicas como “Bulls On Parade”, “Bombtrack” e, é claro, “Killing The Name”(provavelmente a música mais conhecida da banda em todo o mundo).

O setlist só mesmo os caras sabem, mas para termos uma idéia segue abaixo o repertório do último show. Fica a pergunta: qual será a escalação da seleção brasileira?


Rage Against The Machine - Live At Finsbury Park
Londres - 06/06/2010

Testify

Bombtrack


People Of The Sun


Know Your Enemy


Bulls On Parade


Township Rebellion


Bullet In The Head


White Riot


Guerrilla Radio


Sleep Now In The Fire
                                                                             
Freedom

Killing In The Name



por Mário Barroso
MAC/BRASIL

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um minuto de silêncio...

Caros, peço encarecidamente um minuto de silêncio para todas as vítimas que terão suas vidas ceifadas pelos próximos candidatos eleitos.

Deus abençoe a todos!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

informe - Fórum Permanente de Cultura

Caros artistas, produtores e cidadãos de São Roque,


Na última segunda-feira (27/09), às 19hs, foi realizada mais uma reunião do Fórum Permanente de Cultura de São Roque no Núcelo de Música do CEC Brasital.

Na ocasião, o Chefe do Departamento Econômico da Prefeitura da Estância Turística de São Roque, Leodir Ribeiro, apresentou a minuta de lei que dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Cultura de São Roque/SP.

O texto final, que deverá ser aprovado pela Câmara dos Vereadores a partir da próxima semana, foi produzido através de um processo colaborativo com a sociedade local nas reuniões do Fórum Permanente de Cultura e validado pelo poder público local. É importante frisar que esta é uma conquista de muitos profissionais da cultura que ao longo dos últimos dez anos batalharam em grupos de debates e movimentos culturais para a criação do Conselho Municipal de Cultura de São Roque/SP.

Na próxima reunião do Fórum, o Chefe da Divisão de Cultura, Rodrigo Boccato, irá apresentar o Plano Orçamentário da Cultura para o próximo ano (2011) e abrirá espaço para sugestões dos presentes.

Fique por dentro das novidades, participe das reuniões!
Contribua com a criação da Política Pública de Cultura da sua cidade!


Fórum Permanente de Cultura
Reuniões: última segunda-feira de cada mês, às 19hs.
Próxima reunião: 25/10
Local previsto: Câmara dos Vereadores
Infos: cultura@saoroque.sp.gov.br
mario81_sr@hotmail.com

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Representantes de bares, restaurantes e músicos se reúnem em São Roque

Dia 20 de setembro de 2010 (segunda-feira), às 20hs, representantes de bares, restaurantes e músicos de São Roque/SP reuniram-se na Associação Comercial de São Roque com o intuito de compreender por quais motivos a Prefeitura Municipal da Estância Turística de São Roque está impedindo que os bares e restaurantes trabalhem com música ao vivo em suas dependências.


Estiveram presentes: Cláudia Di Palma Souza e Fernando Siqueira Silva – restaurante Baco; Sônia Oliveira Murakawa – bar Camaleão; Carlos Bueno – Rock Gol Bar; Cláudio Rocha – bar Cappadocia; Carlos Laia – bar do Carlos; Amilton José de Toledo – bar V8; Tiago Vieira, Mário Barroso, Adalberto Faria e Edson D’aísa – músicos; Lucas Di Mario – imprensa e eventos; Rodrigo Nunes e Donizete de Moraes – vereadores; Antonio Di Girolamo – Associação Comercial de São Roque;

Na ocasião, os representantes de bares e restaurantes demonstraram seu descontentamento com a forma arbitrária que a Prefeitura Municipal da Estância Turística de São Roque tem aplicado multas e restrições.

Os principais pontos levantados foram: a falta de medição do nível de decibéis emitidos pelos bares e restaurantes durante os eventos com som ao vivo; onde estão os registros das reclamações de moradores vizinhos aos estabelecimentos, já que a afirmação dos fiscais é que houve até abaixo-assinado dos mesmos; que os recursos das multas e punições são indeferidos sem qualquer justificativa; a necessidade de revisão da chamada “Lei Seca”, na questão dos alvarás para estabelecimentos que trabalham som ao vivo; incentivo e divulgação por parte da Prefeitura a programação dos bares e restaurantes, quando os mesmos criam empregos e contribuem para a economia local.

Os músicos presentes colocaram a dificuldade que estão encontrando em poder trabalhar e a queda abrupta dos rendimentos de sua atividade artística na cidade devido as restrições impostas pela Prefeitura Municipal da Estância Turística de São Roque.

O vereador Rodrigo Nunes se comprometeu em agendar uma reunião com o prefeito Efaneu Nolasco Godinho para tratar das questões que foram levantadas junto a alguns representantes eleitos pelo grupo: Cláudio (Cappadocia), Sônia (Camaleão) e Edson D’aísa (músico).

Ao final, todos os participantes assinaram uma lista de presença, colocando e-mail e telefone, para dar continuidade ao processo de compreensão e resolução dos fatos.


por Mário Barroso
MTB: 47.431/SP

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Horário Eleitoral Gratuito? Pra quem?

Foi sempre assim não é mesmo? Desde que a propaganda eleitoral apareceu na televisão: “interrompemos nossa programação para a exibição do horário eleitoral gratuito”.

Mais uma mentira entre tantas outras da nossa recente democracia. Assim como o dono do posto de gasolina utiliza o terceiro digito (Gas - R$3,499), as grande redes de mercado determinam os valores dos produtos (Camiseta - R$29,99) e até mesmo o pequeno empreendedor (Tudo por R$1,99), o Estado brasileiro maqueia o verdadeiro custo do processo eleitoral, sutilmente.

Primeiro, vejamos a definição de “gratuito”, no Dicionário Aurélio:
“Aquilo que é feito ou concedido de graça ou espontaneamente; Desinteressado; Ato gratuito, aquele que, segundo alguns filósofos, se pratica com total liberdade, sem finalidade específica, sem causa aparente”.

Por este ponto já sabemos que o processo eleitoral é feito com as melhores intenções, mas a pergunta que não quer calar é: “O horário eleitoral é gratuito para quem?”. Todos sabem que o financiamento de campanha no Brasil é misto, ou seja, com recursos públicos e privados. Então, grande parte do dinheiro público, do nosso bolso, vai para os chamados “Fundos Partidários”, destinados quase em sua totalidade para financiar a propaganda eleitoral gratuita (inserções de programas em emissoras de rádio, televisão, textos em jornais impressos, entre todas as outras formas de divulgação imaginadas pelos marqueteiros).

Se não bastasse, o horário utilizado pelos partidos na televisão, por exemplo, é custeado por uma “compensação fiscal” garantida pelo poder público para todas as emissoras que transmitem o horário eleitoral (Lei 9.504/97, art. 99).

Ou seja, quem paga o pato? Quem paga para ver o tucano que não sabe sorrir, a mulher pêra que não sabe o que quer, o Tiririca que sabe bem o que faz, a Dilma Inácio Lula da Silva..., sou eu, você e todo cidadão que carrega um CPF no bolso.

As emissoras de televisão são recompensadas. Os partidos não gastam um centavo do próprio bolso e financiam suas campanhas com recursos públicos e doações de empresas, grandes corporações desinteressadas, que apenas gostam de contribuir com a democracia.

Mas e os contribuintes, consumidores, os brasileiros em geral, como são recompensados? Melhor censurar...

Como era pra ser

O primeiro projeto de lei sobre a propaganda eleitoral gratuita foi do deputado carioca Adauto Lúcio Cardoso (da antiga UDN). O projeto, aprovado e transformado em lei, permitiu de 1962 a 1974, que a propaganda eleitoral gratuita se caracterizasse como exercício de debate democrático, privilegiando o debate regional. A propaganda unificada, num só horário, com a entrada dos grandes marqueteiros, foi conseqüência dos limites impostos pela ditadura militar, com a derrota eleitoral em 1974.

O projeto de Adauto era simples. Os partidos dispunham de tempo nas emissoras de rádio e televisão, o espaço era distribuído pelos diretórios municipais, em horários diferentes e o uso era ao vivo. O candidato era credenciado, obedecendo o critério de direitos iguais. Candidatos a deputado, a vereador, a prefeito, a governador, enfim, todos tinham o mesmo peso.

Como ficou

Mas como o general Geisel não era inocente, ao perceber que a ARENA perderia a maioria no Congresso nas eleições de 1978 criou uma série de restrições, alterando o formato da propaganda eleitoral gratuita.

Mesmo o projeto inicial estar longe da perfeição, após as mudanças, houve um deterioramento moral e ético ainda maior no processo eleitoral. Hoje estamos condenados a ver os candidatos como produtos na vitrine, como ofertas imperdíveis de um mercado sedento: a Democracia. O que era para ser conceito virou produto. Pagamos para ajudar a fabricar os novos corruptos, desde a embalagem até o conteúdo duvidoso.

Pagamos para ter carros de som desrespeitando nossa liberdade, para ter as ruas sujas, infestadas de santinhos nada santos. Para ver e ouvir as mesmas mentiras de sempre: “saúde, educação, moradia, trabalho e renda”, os tabus das campanhas municipais, estaduais e federais. Continuamos pagando para sermos ludibriados por uma campanha eleitoral nefasta, cinematográfica, do mais baixo nível intelectual.

Nós continuamos financiando a classe mais beneficiada e protegida, depois dos militares e juízes: os políticos. Pagamos para ver os travestis da prostitueleição desfilando, maqueados, penteados, engomados, produzidos, fabricados pela indústria midiática cuidadosamente como bonecas barbie’s.

Enquanto isso, em volta das políticas de alianças, milhares de cadáveres de homens, mulheres e crianças ceifados pelo próprio Estado. O crime organizado sacrifica a qualidade de vida de toda a população. O cidadão privatizado segue a regra do jogo e ainda a defende, afinal, perto das ditaduras esse é o melhor modelo a que chegamos. Trabalhar para viver, ganhar para sobreviver, nadar e morrer na praia, com o bonezinho do candidato escolhido estampando: “Para ter um país mais justo, vote 171!”.


Mário Barroso – Músico / Jornalista
MTB: 47.431/SP

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Rage Against The Machine e Infectious Grooves no SWU!

Quem diria que o SWU seria responsável em colocar no palco Rage Against The Machine e Infectious Grooves no mesmo dia (09/10). Os skatistas que tiravam olies em trilhos de trem nos anos 90 jamais imaginariam uma cena dessa no Brasil.

Embalados por riffs de "Killing in the name" e o baixo irado de "Violent and Funky" no walkman, os jovens dessa época ouviam o que surgiu de melhor na mistura entre o groove e o metal, com certeza as bandas que mais tiveram sucesso nessa mistura.

O Rage Against The Machine foi ainda mais longe, incluindo letras contra o chamado "sistema", denunciando a exploração e assassinato dos Maias, entre outros grupos étnicos da América Índia. Criticando a postura dos que se ajoelham diante da bandeira para ter uma bala enfiada na cabeça, enfim, dispensa muitos comentários. Uma das bandas mais influentes do mundo.

Já o Infectious Grooves é um projeto paralelo de Mike Muir, líder do Suicidal Tendencies . Na primeira fase, o Infectious Grooves gravou quatro discos. “The Plague That Makes You aBooty Move”, foi o álbum de estréia (1991) e tem os vocais do lendário Ozzy Osbourne na faixa “Therapy”.

A banda voltou à ativa em 2008, com o baixista Steve Brunner no lugar de Trujillo (que foi para o Metallica). Eric Moore assumiu a bateria, posto que na concepção inicial foi de Stephen Perkins (ex-Jane’s Addiction). O guitarrista Dean Pleasants, da formação original, permanece.

Sem dúvia alguma dia 09/10 será lendário para os fãs da fusão de metal e groove. Duas bandas que muitos já não esperavam ter a oportunidade de curtir ao vivo, juntas no mesmo dia.

Rage Against             Infectious Grooves
http://www.ratm.com/  http://www.myspace.com/infectiousgroovesofficial


por Mário Barroso
MAC/BRASIL

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Reunião do Fórum Permanente de Cultura

Caros artistas, produtores e fazedores de cultura,


as reuniões do Fórum Permanente de Cultura de São Roque continuam sendo realizadas
na última segunda-feira de cada mês, a partir das 19hs.

Hoje (30/08) tem reunião, no Núcleo de Música do CEC Brasital.

Participem da reunião para saber a resposta da Prefeitura Municipal da Estância Turística de São Roque, com relação ao texto enviado pelo Fórum Permanente de Cultura,
sobre a criação do Conselho Municipal de Cultura de São Roque.

Participe da criação da Política Pública de Cultura da sua cidade!

Saudações culturais!


Fórum Permanente de Cultura
Reuniões: última segunda-feira de cada mês, às 19hs.
Infos: cultura@saoroque.sp.gov.br
mario81_sr@hotmail.com

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Salman Rushdie marcou presença na Flip



Pela segunda vez o escritor Salman Rushdie (Mumbai, Índia) esteve presença na Flip. Com a publicação da obra Os filhos da meia-noite o autor ganhou o prestigioso Booker Prize (1981), o Booker of Bookers (1993) e o Best of the Booker (2008). Neste ano, Rushdie veio para lançar seu novo romance: Luka e o fogo da vida.

No entanto, a obra que lhe rendeu mais popularidade foi Os versos satânicos (1988), quando recebeu o Whitbread Prize e ficou mundialmente conhecido devido sua condenação pelo aiatolá Khomeini, devido ao conteúdo do livro: “Na verdade eu passei boa parte da minha vida de escritor refletindo sobre o fanatismo, mesmo antes de ‘Os versos satânicos’. E já acompanhava o crescimento do extremismo fundamentalista antes de ele se voltar contra mim.”, conta.

Salman Rushdie acredita que a literatura é um importante caminho na construção da identidade. “Hoje há inúmeras formas de adquirir informação. A literatura apresenta ao leitor acesso a mundos e experiências distintas, outras culturas. Antes de conhecer pessoalmente à América Latina eu achava que sabia algo sobre a região. Percebi o quanto este mundo é mesmo louco, assim como os livros”.



Durante sua participação no evento, Rushdie defendeu que um autor deve privilegiar a contextualização na produção das obras. "A história é uma das melhores formas de compreendemos o mundo. Para entender o presente é importante compreender o passado. Como autor é indispensável a dimensão histórica para entender o presente".

O escritor ainda falou sobre a Índia, sua terra Natal, afirmando que o país está muito diferente de 30 anos atrás, quando escreveu “Os filhos da meia-noite”. “Continuo sendo considerado um autor indiano, mesmo escrevendo em inglês”, afirmou. Antes de concluir, Salman Rushdie declarou que sua obra foi influenciada pelo escritor brasileiro Machado de Assis.


Por Mário Barroso
MAC/BRASIL

Azar Nafisi bombardeia os aiatolás na Flip


Um dos principais destaques da programação da oitava edição da Flip foi a participação da autora Azar Nafisi. A iraniana participou da mesa “Promessas de um velho mundo”, ao lado do escritor israelense A. B. Yehoshua e do mediador Moacyr Scliar.

Quando questionada pelo mediador se sua literatura era política, Azar disparou. “É uma literatura existencial. Nos Estados Unidos, principalmente, há uma doença, tudo é trazido para o ambiente político. Eu defendo que a idéia floresce independente da política. A principal função da literatura é transmitir a verdade, de modo a olhar mais criticamente para o mundo. Acho que a literatura sempre esteve para subverter a política, então, acredito que minha literatura seja subversiva”.

Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã (livro traduzido para 32 idiomas que ficou por 117 semanas na lista de best-sellers do The New York Times e rendeu a autora os prêmios de Livro do Ano de Não Ficção do Booksense, em 2004, e o Frederic W. Ness), não economizou nas críticas sobre a visão do mundo em relação ao seu país e criticou a postura do presidente Lula em alguns pontos.

“O presidente Lula disse há algum tempo que é amigo de Ahmadinejad. Como você pode ser amigo de uma pessoa que condena mulheres a morte por apedrejamento? O Brasil sequer tem pena de morte. Seria como se ele fosse contra ao que tem de melhor por aqui”, indagou a escritora sendo aplaudida calorosamente pela platéia.

Para a escritora best-seller, que foi exilada do Irã em 1981 sendo expulsa do país por se recusar a usar véu na Universidade de Teerã (onde lecionava literatura), o presidente do Brasil está equivocado em pensar que pode ajudar o povo iraniano. "Eu queria dizer que o presidente Lula disse em um primeiro momento que ele não queria intervir nesse assunto. Mas gostaria de dizer que ao não intervir, ele já está interferindo”, afirmou.

Quando questionada sobre o caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, recentemente condenada à morte por apedrejamento sob a acusação de adultério, Azar Nafisi criticou o presidente do Brasil por sugerir asilo humanitário. “Oitenta por cento do povo iraniano está incomodado com o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Então, todos os iranianos perseguidos deveriam vir para o Brasil, os jornalistas presos, as mulheres que se recusam a usar véu, não apenas essa mulher. Mas ele (Lula) não precisa trazer todos, é só trazer o Ahmadinejad e tudo se resolve”, ironizou, arrancando mais aplausos da platéia.

O escritor Abraham Yehoshua, concordou com as colocações e postulou que o Ocidente tem uma visão distorcida dos países do Oriente Médio. "Deveriam trazer o presidente do Irã para o Brasil e deixá-lo na Amazônia", brincou com a platéia. "Quando se fala em Irã, as pessoas imaginam o terrorismo e um presidente autoritário, o que é uma visão de mundo reduzida. O Irã é um país com mais de três mil anos de existência, que fez uma revolução importante e foi a primeira nação do continente a ter uma Constituição. Um país onde as mulheres já governaram ministérios", enfatizou.

Abraham Yehoshua também expôs a sua visão sobre a tensão entre o seu país (Israel) e o mundo islâmico. "Não dá pra comparar o meu caso com o dela (Azar). Vivemos em Israel, num estado livre. Há meios de comunicação para você expor sua opinião. Ter um vizinho (Irã) te vigiando é perturbador. Não sei o que o Irã quer com Israel. Não temos fronteira em comum. O Irã fantasia sobre nós e nega o holocausto, isso é um absurdo. É um país com o qual já tivemos relação diplomática por quase trinta anos. Espero que essa tensão se resolva sem guerra. Gostaríamos que os Estados Unidos, a Europa e o Brasil nos ajudassem a chegar a uma solução lógica", apelou.



No final, o mediador Moacyr Scliar pediu que a escritora iraniana projetasse o futuro de sua nação. “Detesto fazer profecias. Não sou otimista, sou esperançosa. Devido a história iraniana e a nossa luta de mais de cento e cinquenta anos por democracia. Apenas posso dizer que o Irã de hoje é o Leste Europeu de ontem", completou.

Hoje, Azar Nafisi é professora visitante de estética, cultura e literatura do Foreign Policy Institute, da Universidade norte-americana de Johns Hopkins. Em seu livro mais recente, O que eu não contei, lançado este ano no Brasil, a autora investiga as ligações entre o passado de sua família e a conturbada história do Irã.


Por Mário Barroso
MAC/BRASIL




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Saiba mais sobre a Flip

A primeira Festa Internacional Literária de Paraty (Flip) foi realizada em 2003 e inseriu o Brasil no circuito dos festivais internacionais de literatura. Na primeira edição, nomes como Eric Hobsbawn e Julian Barnes participaram do evento.

Hoje a Flip é um dos principais festivais literários do mundo, privilegiando autores de best-sellers, sendo reconhecida também pela qualidade na organização e hospitalidade dos moradores da cidade. Durante sua realização, ocorrem cerca de 200 eventos: debates, shows musicais, exposições, exibições de filmes e documentários, entre outras atividades.

Espaços

Flip - Programação Principal

Composta de uma conferência de abertura e 20 mesas que reúnem para uma conversa informal convidados dos mais variados horizontes (escritores, cineastas, quadrinistas, historiadores, jornalistas e artistas plásticos, entre outros), a programação principal da Flip é realizada na Tenda dos Autores, que possui um auditório com 850 lugares. Todos os eventos contam com tradução simultânea e são transmitidos na Tenda do Telão (externa), com capacidade para 1.400 pessoas, além da transmissão ao vivo pela internet.

Flip - Casa da Cultura

Programação paralela e complementar à principal, a Flip - Casa da Cultura ocorre na Casa da Cultura de Paraty e em outros locais da cidade. Definida pela curadoria da Flip, a programação promove pré-estreias e exibições de filmes, leituras de peças teatrais, exposições e debates.

Flip Zona

Na Flip Zona a programação é voltada ao público jovem. Um casarão antigo abriga uma sala utilizada para a exibição de filmes, apresentações musicais, recitações de poesias, entre outras atividades.

Flipinha
As crianças também são lembradas na programação. A Flipinha é realizada em todo o espaço externo da festa, em tendas e mesas distribuídas pela praça central da cidade. São realizadas oficinas artesanais, peças de teatro, shows musicais, bate-papo com escritores, exposições de bonecos e uma infinidade de outras atrações.

Realização

A Flip é realizada pela Associação Casa Azul, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) criada com o objetivo de contribuir para a resolução dos problemas de infraestrutura urbana de Paraty. Além de promover a literatura, potencializa transformações na cidade nas áreas de preservação do patrimônio, educação e infraestrutura urbana e constitui um veículo poderoso de mudanças profundas no modo pelo qual a população faz uso dos espaços públicos.

Escritores homenagens no anos anteriores

Os escritores homenageados nas edições anteriores da Flip foram Vinicius de Moraes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis e Manuel Bandeira.




Por Mário Barroso
MAC/BRASIL


Fonte: institucional

FLIP – uma grande festa!

Em sua oitava edição a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) foi muito criticada, do início ao fim. Muitos acharam que este ano o evento teve um cunho político, outros que o autor homenageado não tinha muito a ver com literatura, entre outros questionamentos.


No entanto, é inegável reconhecer o respeito da organização com relação ao público, aos autores convidados, a programação e os horários. Não há como negar a beleza de Paraty e a hospitalidade de seu povo.

Mas o que marcou a Flip foi outra história...

Andar nas ruas de Paraty nos dias da festa é cativante. Cada esquina brota inúmeros artistas de rua, livros caindo dos galhos das árvores, músicos tocando ao ar livre, uma miscelânea de cores, sons e vivências que compõem a maior riqueza do evento.

A rua vira picadeiro, o cordeirista vira celebridade. A programação da calçada é tão cativante quanto a presença dos autores de best-sellers, artistas e celebridades. A literatura do poeta que pede para o leitor oferecer o preço da obra, ao lado de um realejo de fantoche. O quadro exposto no meio-fio sob a luz do Sol, incomparável com a iluminação computadorizada de qualquer Louvre.


Mas a programação oficial também teve seu brilho. Autores que fazem parte da colcha de retalhos do pensamento contemporâneo expuseram suas idéias, questionamentos, visões de mundo. O homenageado Gullar presente, os ícones da contracultura, Shelton e Crumb, também. A rebelde Allende. Os bombardeios de Azar Nafisi e Salman Rushdie contra os aiatolás. Drummond e Gilberto Freyre em memória.

A Flip ainda encantou pelo trato com as crianças, oferecendo uma programação extermamente lúdica e interessante. Shows musicais, peças de teatro, contação de histórias, oficinas artesenanais, entre outras inúmeras atividades propostas.

A oitava edição da Festa Literária Internacional de Paraty acabou. A luz apagou, a noite esfriou. Agora, os Josés e Marias voltam para casa, esperando uma nova oportunidade de contrapor a realidade.


por Mário Barroso
MAC/BRASIL

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um imortal na biblioteca!

Nesta quinta-feira (24/06) o escritor Moacyr Scliar esteve presente em São Roque/SP e concedeu uma entrevista exclusiva para a MAC/BRASIL

Ele chegou com a sutileza de sempre e concluiu com a genialidade habitual, assim foi a participação de Moacyr Scliar na edição do programa “Viagem Literária”, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, realizada na Biblioteca Pública Municipal Prof.º Arthur Riedel, em São Roque/SP.

“Estou aqui como um peixe dentro d’água. Não há lugar melhor para coversarmos”, disse ao iniciar o bate-papo com as mais de 280 pessoas presentes no evento, entre jovens e adultos.

Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre e percorreu uma longa viagem para chegar aos mais de setenta livros publicados, entre crônicas, contos, ensaios, romances e literatura infanto-juvenil. Suas obras ganharam adaptações no cinema, no teatro e seu estilo leve e irônico lhe garantiu um imenso público de leitores. Em 2003 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, tendo recebido antes inúmeros prêmios literários, como o Prêmio Jabuti (1988,1993 e 2009).

“No fundo eu continuo aquele gurizinho gaúcho que escrevia no papel de pão”, comenta remetendo-se a origem pobre de sua família imigrante. “Como não tinha dinheiro pra comprar um caderno eu escrevia ali mesmo e a primeira história que eu escrevi foi minha autobiografia. Terminei rápido, pois tinha apenas sete anos e não tinha muito o que contar”, ironiza, mostrando aos jovens que desde muito pequeno já tinha o hábito de escrever.

Sua família, de origem judaica, veio da Rússia fugindo da guerra e da perseguição. “Meus pais vieram num porão de navio, empilhados, sem ter o que comer”.

Segundo Moacyr Scliar, o desejo de ser escritor veio da admiração por seu pai, José Scliar. “Meu pai era um grande narrador, tinha prazer em contar histórias e eu dizia: quando crescer quero ser igual a ele. Mas o curioso é que ele não gostava de ler, não tinha esse hábito”.

No entanto, Sara Scliar, mãe do escritor e professora, era apaixonada pela leitura e deu nome ao filho em homenagem a obra Iracema de José de Alencar (no livro, o personagem Moacir simboliza o primeiro brasileiro nascido da miscigenação índio x português).

Depois de contar um pouco da sua história, Moacyr Scliar respondeu algumas perguntas dos jovens presentes. Quando questionado sobre a época da última ditadura militar no Brasil disparou: “Eu vivi a ditadura militar com muita intensidade. Na verdade, o golpe de sessenta e quatro teve um antecedente três anos antes. Quando Jânio renunciou, um gaúcho iria assumir o poder ( João Goulart) e houve uma tentativa de golpe. No levante contra o golpe, eu estava lá nas ruas com os estudantes. Eu me formei em medicina em sessenta e dois e nessa época eu era militante estudantil. Então posso dizer para vocês que a melhor ditadura é pior do que a pior democracia”, afirmou apontando que mesmo com os problemas recorrentes de corrupção no Brasil é muito melhor vivermos em um regime democrático.

Após responder as perguntas dos presentes, Moacyr Scliar deu uma entrevista exclusiva à MAC/BRASIL.


MAC/BRASIL: Moacyr, você tem algumas opiniões ditas de esquerda, já foi articulista de veículos como a Carta Maior (importante veículo de esquerda do Brasil), você é socialista?

Moacyr Scliar: “Sou socialista, mudei muito desde que eu era um jovem esquerdista, mas continuo acreditando nos valores básicos do socialismo: a solidariedade, a justiça social, o respeito a liberdade e acho que isso tem que ser complementado com uma tolerância em relação as opiniões dos outros, de admitir que nem todas as pessoas pensam igual e sobretudo de prestigiar a democracia como o regime pelo qual as mudanças sociais podem ocorrer.

MAC/BRASIL: Essa posição político-filosófica tem alguma relação com a sua origem familiar, social, enfim?

Moacyr Scliar: “Certamente. É algo até de família, porque na minha família muitas pessoas eram de esquerda e eu me criei lendo livros de esquerda, assistindo palestras, vendo revistas...”.

MAC/BRASIL: Qual a sua obra predileta relacionada ao socialismo?

Moacyr Scliar: “O Manifesto Comunista (de Karl Marx). Acho que é um belo livro. Como diagnóstico da injustiça social ainda é imbatível, as propostas de soluções é que são discutíveis, mas o diagnóstico é perfeito”.

MAC/BRASIL: Você acredita que a Sociedade Brasileira está indo em direção ao Socialismo, à Justiça Social, ou ao modelo Neoliberal arcaico norte-americano? Muitos perguntam como anda a cabeça do jovem brasileiro, então eu te pergunto, como anda a cabeça desses velhos do poder?

Moacyr Scliar: “Neste momento o Brasil está saindo de uma fase de deslumbramento com o neoliberalismo e eu acredito que vai chegar a um equilíbrio, não só o Brasil mas todo o mundo. Afinal, o mercado não pode ser o regulador da vida das pessoas. É preciso que se tenha bom senso para caminhar em outra direção”.

MAC/BRASIL: Você tem esperança em ver a questão do sionismo e do anti-semitismo resolvidas ainda neste século?

Moacyr Scliar: “Eu acho que os judeus pagaram um preço muito alto nessa história e a luta vale para todos, não só para o povo judeu. O holocausto não é um problema judaico, é um problema da humanidade”.

MAC/BRASIL: Esta semana morreu o escritor José Samarago, o que você pensa a respeito da obra deste que é considerado um dos principais escritores da atualidade?

Moacyr Scliar: “O Saramago é autor de obras importantes, mas defendia algumas idéias estranhas. Ultimamente ele dizia que a Espanha deveria anexar Portugal. Às vezes ele dizia algumas coisas absurdas, até com muita convicção. Mas ainda bem que suas opiniões não tinham muito a ver com sua literatura, que era brilhante”.


Por Mário Barroso
MAC/BRASIL

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Confirmado o "Woodstock Brasileiro"!

Foi anunciado nesta quarta-feira (16/06) que a cidade de Itu será mesmo palco de um festival de rock dos grandes, como foi o Woodstock em 1969. Pelo mesnos é o que prometem os organizadores.


O evento será intitulado "S.W.U Music And Arts" e será realizado entre os dias 9 e 11 de outubro de 2010, no espaço Arena Maeda. As bandas Pixies, Linkin Park, Dave Matthews Band e Incubus já estão confirmadas para se apresentar no evento.

Nos boatos que rolavam pela região, cogitava-se nomes como Bob Dylan, Green Day, Rage Against the Machine e Smashing Pumpkins. Mas, infelizmente, ainda nada está confirmado!

“O evento contará com várias atrações (e não somente musicais). Outros nomes devem surgir ao longo dos próximos meses, muitas bandas ainda estão em negociação”, explicou Fischer - um dos organizadores do evento.

Apesar da recente divulgação, o S.W.U já conta com apoio de várias empresas e artistas. A grande surpresa da coletiva foi a presença de Michael Lang (criador do primeiro festival de Woodstock em 1969). Serginho Groisman, o primeiro embaixador do projeto, também marcou presença e deixou o seu recado: “Com certeza se cada um de nós fizer um pouco, conseguiremos construir um mundo melhor”. Enfatizando a proposta de sustentabilidade do projeto.

O festival contará com dois ambientes e três palcos para a apresentação das bandas, sendo que um deles deve ser voltado somente à música eletrônica. Ainda não há previsão para a venda e valores dos ingressos, embora a empresa tenha anunciado que o objetivo é disponibilizar mais de trinta pontos diferentes de venda. Os detalhes serão divulgados em breve.



Fonte: www.itu.com.br