terça-feira, 24 de março de 2015

Teatro de Páscoa será neste final de semana na Brasital


Neste final de semana, a Prefeitura da Estância Turística de São Roque realiza o Teatro de Páscoa 2015: “Visitatio Sepulchri”. A primeira sessão será sexta-feira, 27/04, às 20h, na Brasital (com entrada apenas pela Rua Aracaí, 250 – Vila Aguiar). O público poderá conferir o evento no mesmo formato, sábado e domingo.

Os ingressos devem ser retirados com 1h de antecedência de cada apresentação, através da doação de um litro de leite (o material arrecadado será destinado a instituições que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade social). Os ingressos são limitados e a classificação indicativa a partir dos 12 anos.

Em 2015, a peça lança luz às mulheres que seguiam Jesus. Amanda Sobral, principal responsável pela reformulação do projeto desde 2011, irá interpretar Maria Madalena. “Esta edição traz uma linda mensagem de fé e esperança. A personagem Maria Madalena entra em cena como a principal seguidora e propagadora do evangelho, da boa palavra, não como uma pecadora. Uma mulher, que ao lado de Maria, não deixou um minuto de crer na volta de Jesus”, declara a atriz.

Para Rafael Frias, ator que interpretará Jesus na edição de 2015, fazer parte do projeto é um privilégio. “Quando eu era criança atuei pela primeira vez como Noé, em uma peça encenada apenas por crianças. Mas nunca imaginei que um dia iria fazer arte e interpretar Jesus. Estar participando desta peça é uma honra por diversos motivos, principalmente, por representar uma das figuras mais cativantes e carismáticas da história da humanidade”.

A edição de 2015 contará com uma nova disposição de palco e plateia, no Salão Gentil de Oliveira. As arquibancadas serão laterais, formando um corredor de passagem para as cenas. Os efeitos de iluminação e sonorização são alguns dos diferenciais da peça.

A trilha sonora será executada ao vivo, com direção musical do cantor e compositor João Bid. A composição e os arranjos são do violonista Matheus Pezzotta. As apresentações contam ainda com a participação especial do sanfoneiro Eduardo Oliveira.

“A composição musical partiu dos argumentos da direção artística e musical, do clima das cenas, observando o trabalho dos atores. Assim surgiu o entusiasmo e o caminho para a inspiração. O tema da Virgem Maria, por exemplo, foi inspirado em uma suíte de Ravel (compositor e pianista francês). Para as cenas de Madalena, uma canção armênia (entre os Folk Songs do compositor Luciano Berio) trouxe elementos importantes. Já para os discípulos encontrei o espírito da trilha nos ritmos paulista”, comenta Matheus Pezzotta.

A cada edição a abordagem e o enfoque do Teatro de Páscoa se diferenciam. Como não há a preocupação em seguir rigorosamente a versão bíblica ou destacar apenas os aspectos religiosos, a encenação possibilita metáforas, poesia, ficção. Um espetáculo produzido por diretores, artistas, técnicos de São Roque e região, que pretende surpreender e emocionar o público.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Teatro de Páscoa 2015 será encenado no próximo final de semana em São Roque/SP


Sexta-feira, 27/03, às 20h, na Brasital, será realizada a primeira apresentação do Teatro de Páscoa 2015. O tema proposto é “Visitatio Sepulchri” - expressão que pode ser traduzida do latim como “Visitar o Sepulcro”. O espetáculo será reprisado no sábado e domingo, no mesmo formato.

O público poderá retirar os ingressos com 1h de antecedência de cada sessão, através da doação de um litro de leite (o material arrecadado será destinado a instituições que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade social). Os ingressos são limitados e a classificação indicativa a partir dos 12 anos.

O Teatro de Páscoa deste ano privilegia o papel da mulher e a atuação de figuras simbólicas como as “Três Marias”. Ao centro, esta o evangelho apócrifo de Maria Madalena. A reflexão proposta será o amor pela humanidade em tempos de tanta violência. 

A edição de 2015 contará com uma nova disposição de palco e plateia, no Salão Gentil de Oliveira. As arquibancadas serão laterais, formando um corredor de passagem para as cenas. Os efeitos de iluminação e sonorização são alguns dos diferenciais da peça.

A trilha sonora será executada ao vivo, com direção musical do cantor e compositor João Bid. A composição e os arranjos são do violonista Matheus Pezzotta. As apresentações contam ainda com a participação especial do sanfoneiro Eduardo Oliveira.

“Fizemos a opção pela música ao vivo para proporcionar mais emoção ao público e fortalecer o poder das cenas. O grande protagonista dessa edição será o texto, por isso decidimos trabalhar com efeitos sonoros e temas quase que incidentais. Apesar de a história se passar em outro tempo e espaço, a brasilidade estará presente na trilha, afinal, a MPB sempre foi a fonte de inspiração do nosso trabalho”, afirma o diretor musical João Bid.

O Teatro de Páscoa 2015 é mais uma oportunidade do público conhecer o trabalho dos Profissionais da Cultura de São Roque e região, como atores, músicos, produtores, técnicos. Um evento que movimenta a cadeia produtiva local e contribui para despertar mais interesse nas produções locais.

terça-feira, 10 de março de 2015

Teatro de Páscoa 2015 entra em cena na última semana de março

Desde 2011 o Teatro de Páscoa é realizado na cidade de São Roque, apresentando produções artísticas distintas e equipe técnica dedicada a realizar um trabalho de qualidade, privilegiando atores e profissionais locais nas mais diversas funções. Em 2015, a peça será realizada de 27 a 29 de março, às 20h, na Brasital. Para retirar o ingresso, o público deverá doar um litro de leite (o material arrecadado será destinado a instituições que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade social).

“O Teatro de Páscoa passou a ser um grande encontro anual, onde em pouco mais de um mês levantamos o espetáculo com muita alegria, que para mim é o grande sentido da Páscoa”, afirma a diretora artística Lisa Camargo.

Este ano, a equipe conta com 23 pessoas (dezessete atores, dois músicos e quatro membros na produção). Assim como nos anos anteriores, dois grupos de teatro da cidade integram o elenco: a Companhia de Eros e o Grupo Casca Grossa. "Teremos ainda dois convidados do Coletivo 09, de Mairinque, além de alguns atores de São Paulo. Quem irá interpretar Jesus? Ainda é segredo”, declara a diretora.

A cada edição, a abordagem e o enfoque do trabalho se diferenciam. Como não há a preocupação em seguir rigorosamente a versão bíblica ou destacar apenas os aspectos religiosos, a encenação possibilita metáforas, poesia, ficção e não se apoia apenas em textos canônicos, aceitos pela Igreja.

“Este ano dedicamos a pesquisa sobre as mulheres que seguiam Jesus. Durante esse processo descobrimos que a partir do século IX verificou-se quase simultaneamente em todo o mundo católico romano o culto a essa representação dramática, tendo como ponto de partida a celebração da Páscoa”, comenta Lisa Camargo.


Assim, surgiu o tema de 2015: “Visitatio Sepulchri”. Privilegiando o papel da mulher, no centro esta o evangelho apócrifo de Maria Madalena. A reflexão proposta é o amor pela humanidade em tempos de tanta violência, algo que ainda parece apenas ao alcance de personagens como Jesus.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Cena Independente e Mainstream: planetas diferentes!


Caro Álvaro Pereira Júnior, não duvide: tenho uma discussão ainda mais importante para propor!

Li atentamente seu artigo na Folha de São Paulo, não apenas por ser mais um operário da cultura que atua no Sesc, por ter crescido no circuito independente de música e ser um militante da área cultural. Mais ainda por prazer em mergulhar na reflexão sobre a realidade em que vivemos, como cidadão, produtor, jornalista, músico, ou seja lá o módulo que eu possa representar, ganhando ou não para isso.

Chama atenção em seu texto, primeiramente, o tom de desconfiança sobre a credibilidade desses artistas da “nova mpb que vivem graças a programação cultural dos Sescs”, comparando-os com outros artistas do mesmo gênero como referência de afirmação e crítica. Questionar o valor artístico de um profissional da cultura apenas por não ter um público devidamente interessado em suas obras, disposto a pagar valores de ingressos absurdos, é uma visão brutalmente limitada. Na contramão da arte, como princípio.

A expressão de um artista jamais pode ser dimensionada pelo seu cachê ou apelo de público. Existem inúmeros exemplos de músicos, anônimos e ídolos, que viveram e morreram na miséria, se apresentaram em pequenos shows e produziram obras que valem muito mais do que a Beyoncé vai ganhar de cachê durante toda a vida, em seus shows superlotados.

No mais, a imensa maioria dos artistas que se apresentam no Sesc possuem uma carreira na cena independente, com iniciativas coletivas, em rede, trilhada ainda com o apoio de editais, apresentações em equipamentos culturais, públicos e privados, aulas e workshops em instituições diversas. Não começam e nem acabam, apenas continuam a existir no Sesc.

Outro ponto que preocupa é sua ironia com relação a mídia independente. Colocando jornalistas e críticos como meros bajuladores de amigos. Essa analogia evidencia o seu completo desconhecimento e desprezo pela cena e mídia independente, bem como, sobre a representatividade desses setores na sociedade atual.

Seguindo, tenho críticas ainda mais profundas sobre a instituição, no entanto acredito que o Sesc não é a causa dos problemas, mas sim, consequência. O mercado cultural se apresenta tão injusto e cruel quanto o mercado financeiro, há décadas. Os proprietários criam as casas para obter lucro, não para promover cultura. Os maiores prejudicados nesse processo são os artistas que você questiona. Quem teve a experiência de apresentar seu trabalho nas principais casas de São Paulo e ser refém da política dos bares e produtores, vítimas do Sesc, tem outro ponto de vista. O cachê por músico segue a média de R$300,00, há poucas exceções. Quase não há espaços para música autoral. Em alguns locais a banda tem que lotar a casa para receber entre 10% e 15% da bilheteria. Enquanto vendem ingressos, bebidas, lanches e serviços superfaturados, os proprietários pagam uma miséria aos funcionários e artistas, muitas vezes burlam a fiscalização sanitária, patrimonial ou de segurança. Eles choram, mas nunca quebram!

Quando avaliamos a aplicação da verba pública, a situação é ainda pior, principalmente em cidades do interior do país. Pode-se afirmar de forma grosseira que 70% do dinheiro das Secretarias, Diretorias ou Subdivisões de Cultura é aplicado em grandes shows e rodeios (o que equivale a um ou dois grandes shows no ano). Os outros 30% são investidos para produzir um factoide do modelo de carnaval do Rio de Janeiro e Salvador. Os municípios apenas pagam a folha de pagamento dos funcionários da Cultura e a manutenção de atividades que atendam minimamente suas respectivas populações. Os governos ainda congelam a utilização de parte da verba do setor para virar superávit e remanejar para outra área no próximo ano, pois se faltar Cultura ninguém percebe.

Portanto, sugiro outras questões para reflexão: por que nenhuma das emissoras de televisão com concessão pública possui um programa como o elogiado “A Fábrica do Som”, não seria um dever? Por que não há canais abertos de televisão comunitária para divulgação e visibilidade de trabalhos artísticos independentes, que fortaleçam a cena? Por que a verba da Cultura das cidades, estados e federação não chega a 1% do orçamento previsto para o ano? Por que esse dinheiro é ainda desviado e tão mal aplicado?

Por fim, você apresentou apenas uma tese, pouco fundamentada e limitada à realidade de uma capital, onde há praticamente um Sesc em cada estação do metrô. Eu ofereço uma antítese, pela experiência vivida nos últimos 15 anos país a fora, propondo mais perguntas do que respostas. A síntese é que neste sábado eu saio de casa com meu violão para tocar em um bar qualquer, no interior de São Paulo (o Sesc mais próximo fica a 40Km). Volto para casa com menos de R$300,00. Nessa noite, haverá apenas mais duas ou três atrações culturais rolando na cidade, privadas, que privilegiam o mesmo apelo de público da mídia convencional. Deixo uma última questão para você refletir: além de minha, a culpa é de quem?