segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Fim do Mundo

A Profecia Maia ganhou diversas interpretações nos últimos anos, desde a ridicularização midiática até formas espetaculares de ficção científica. Diante de tudo e de todos, o fato é que a vida na Terra já foi extinta diversas vezes, por motivos ainda desconhecidos que são justificados por teorias muito conhecidas, mitológicas e científicas.


Os Maias e os Egípcios, bem como outras civilizações ao redor do mundo, deixaram diversos códigos em templos e escrituras alertando a humanidade para sua possível extinção futura, muitos deles quase idênticos. Durante milhares de anos esses povos calcularam minuciosamente o movimento das estrelas para tentar prever os acontecimentos e fases do nosso planeta e perceberam que a cada espaço de tempo toda a Terra passava por um intenso período de transformação. O resultado preciso dos seus estudos ainda é um mistério, por isso tantas teorias fictícias surgiram sobre seu significado.


O lendário Calendário Maia, seu mistério persiste

Assim como os cristãos e afins, eles acreditavam que houve um grande dilúvio e que alguns cidadãos do antigo continente Atlântida conseguiram sobreviver com seus Mandjits (embarcações de madeira - na década de 90 foram encontradas no deserto do Egito mais de 500 embarcações soterradas, com cerca de 5.000 anos, atribuídas a esse feito pelos egiptólogos) e repovoaram o mundo, como fez Noé com sua arca.

Para os crentes não há argumentos que derrubem suas teorias sobre o próximo fim do mundo, ou melhor, o fim da raça humana. Afirmam que ninguém pode saber o dia e a hora, a não ser o Pai. Ainda acreditam que um dia o mundo acabou e vai acabar novamente, para punir os pecadores com a vontade e justiça de Deus e ponto.

Os pagãos se dividem em apocalípticos e místicos. Os primeiros concordam com a destruição em massa, devido a inversão repentina dos pólos, explosões solares, contato com feixes de fótons da galaxia, aproximação com o planeta Nibiru (identificado pelos Sumérios há milhares de anos e tido como inexistente pela ciência moderna), entre outras versões. Os demais, defendem 21 de Dezembro de 2012 (ou os dias seguintes) consistir apenas numa mudança de paradigma para a vida na Terra. Uma energia cósmica irá alterar a relação entre a humanidade e o planeta, para o bem geral das nações.

Já os céticos afirmam que tudo isso é ridículo e que o mundo nunca vai acabar. E, caso isso ocorra, o homem já está preparado para enfrentar qualquer adversidade catastrófica. Nem científicos, nem mitológicos, apenas descrentes na extinção, mas crentes em sua capacidade individual e coletiva.

Mas, cá entre nós, o resto da sopa, será o fim do mundo?
A NASA e a imprensa se apressam para providenciar a mensagem universal: “está tudo sob controle”, emprestando ainda o jargão do grande Chapolin: “não criemos pânico!”. Por um lado eles têm razão, afinal, tudo está sob controle, mas não sob o controle do homem.

A única certeza que fica é que para Niemeyer já foi, há alguns dias, e para nós pode ser a qualquer momento. Tirando a fatalidade da lente, mesmo assim, sobram evidências do fim pela frente, seja ele hoje, amanhã ou muito tempo depois.

Os interessados em investigar a história do planeta e das civilizações antigas podem descobrir evidências que a humanidade já foi extinta por diversas vezes, até mesmo em questão de segundos. A ciência explica os fatos apresentando histórias de dilúvios, eras glaciais, meteoros gigantescos, entre outras teorias. Já as religiões, das mais variadas, concordam que o mundo acabou em várias ocasiões, apenas discordando do “modo”, “tempo”, “profetas escolhidos”, “deuses”, entre outras picuinhas.

Lendo um pouco de cada história, assistindo documentários, ouvindo comentários, eu já tenho a minha sentença, parodiando Nelson Rodrigues (que também já viu o fim do mundo): toda a humanidade é burra! Os ocidentais, principalmente.

Ridicularizamos o desconhecido, a sabedoria das antigas civilizações, nos sentimos imortais diante de um Universo em transformação constante, regido pelo acaso e não pela punição divina. Não sabemos nada e acreditamos em tudo, paparicamos lugares comuns da ciência, reproduzimos qualquer teoria que acabamos de conhecer superficialmente como verossímil. Vendemos um ao outro a ideia de sermos privilegiados como os mais avançados de todos os seres, de todos os tempos. Não respeitamos a Lei da Vida, adulteramos nós mesmos e nosso meio. Por mais que pareça o contrário, tememos a morte como quem teme o mal, por ignorância completa, mesmo com toda a nossa onipotência e filiação.

Pobre bicho homem, um quadrúpede que virou bípede, evoluiu a mente e começou a dar mais valor pra si e menos valor pra tudo. O ser alienígena que vive o Universo de dentro, ignorando o Universo de fora. O presente do tempo, o “x” da questão, o rumo da história, que acredita todo o resto não passar de um tremendo desperdício do espaço-tempo.

Não me renego. Tenho prazer em existir e orgulho de ter a oportunidade de ser mais um exemplar dessa raça exemplar. Uma imensa etnia divina que se subdivide pela cor da pele, idiomas, entre tantas outras pseudo-diferenças.

Aplaudidos todos os feitos desse fenômeno, prevalece a beleza e imparcialidade das Leis da Natureza, principalmente, no inciso que diz: “todo predador, enquanto predador, também é presa”. Até a morte!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Carta aberta ao cidadão brasileiro


Caro cidadão, eleitor brasileiro, como vai? Hoje escrevo para você apenas com o intuito de divulgar dados alarmantes da política nacional, da prática dos gabinetes das Câmaras Estaduais e Federais, do Senado. Se estiver em pé, por favor, sente-se. Se estiver sentado, segure-se, pois o que vem abaixo é uma avalanche de informações estarrecedoras!


A disparidade entre nós, trabalhadores comuns, e os políticos, cidadãos privilegiados, é imensa, muitos sabem disso. No entanto, nenhum veículo de grande expressão divulga que no Ceará, por exemplo, uma pessoa comum precisaria trabalhar durante 1770 anos, sem gastar nenhum centavo, para construir o patrimônio equivalente de seus senadores. Em Alagoas, um pouco menos, 1603 anos e no Maranhão 751 anos.


Na Câmara dos Deputados, a bancada mais próspera em comparação com a população do estado é a do Paraná. Cada paranaense teria de trabalhar durante 669 anos para gerar riqueza equivalente à média do patrimônio de seus deputados federais. Os representantes de goianos e potiguares possuem riqueza mais de 500 vezes superior ao que um cidadão médio desses estados produz em um ano. Apenas em onze estados é preciso trabalhar menos de 100 anos, sem nenhum gasto, para atingir patrimônio parecido com o de seus representantes na Câmara dos Deputados.


Essa concentração de renda desproporcional não se limita aos membros do Congresso Nacional, também está presente nas Assembléias Legislativas estaduais. Assim, a riqueza gerada por um cidadão do Pará em um ano é 449 vezes menor do que o patrimônio médio de seus deputados estaduais. Em outros seis estados - RN, PI, AL, PE, CE e BA - o período ultrapassa os cem anos. No estado de São Paulo registra-se a menor quantidade de tempo: 12 anos, parece pouco né? Mas já é um enorme absurdo!


Doações

Essa classe privilegiada de cidadãos brasileiros que possuem patrimônios exorbitantes perto da população comum ainda conta com uma ajudinha extra para se eleger. Sem vergonha nenhuma, saem pedindo dinheiro para suas campanhas como mendigos de luxo e arrecadam o suficiente para resolver todos os problemas sociais do país.
 
Para se ter uma pequena noção, os 81 senadores eleitos em 2002 e em 2006 declararam doações num total agregado de cerca de R$ 80 milhões, tendo recebido pouco menos de 122 milhões de votos. A média nacional para o custo por voto em senador eleito foi, portanto, R$ 0,66.


Já a eleição para deputados estaduais custou mais do que o dobro da eleição para deputados federais. Uma receita agregada de R$ 566 milhões e um total de 134 milhões de votos resultou num custo médio por voto, nacionalmente, de R$ 4,2.


Ocorrências na Justiça e Tribunais de Contas

Você cidadão de bem, não consegue arrumar um emprego caso esteja no SPC, com restrições de crédito. No entanto, esses políticos conseguem com muita astuta permanecer no poder, mesmo tendo ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas.

Dos 513 parlamentares, 163 estão nessa situação, o que corresponde a 32% dos membros da Casa. É importante frisar que as informações disponíveis em cada estado sobre os processos dos parlamentares quase nunca são disponibilizadas pelas cortes. E antes que os fanáticos cordeirinhos de alguns partidos se levantem para dizer: “aqui não!”, o fato é que a distribuição dos parlamentares com problemas na Justiça e/ou Tribunais de Contas mostra que não há uma tendência estatística de maior concentração de ocorrências num partido ou noutro. Todos estão com as calças manchadas!


Concessionários de Rádio e TV

Além de serem privilegiados, contarem com doações de empresas para se elegerem, esses cidadãos ainda tem mais uma carta na manga: possuem concessões de rádio e tv, as quais são uma ferramenta importantíssima para eles se perpetuarem no poder e fazer o que querem em seus colégios eleitorais.


Um total de 55 deputados federais (10,7% deles) detém concessões de radiodifusão, direta ou indiretamente. O Rio Grande do Norte encabeça o ranking de maiores bancadas detentoras de concessões de radiodifusão na Câmara dos Deputados: nada menos de metade de seus integrantes detêm tais concessões. As informações foram coletadas junto à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Dos 17 estados que têm representantes detentores de concessões, 9 são do Nordeste.


Curiosamente, a grande maioria dos deputados federais concessionários de radiodifusão foi eleita no Nordeste. O Sudeste é a segunda região do país em número de deputados concessionários, com 15 registros. Dos 40 membros titulares da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), que discute, entre outros temas, projetos de lei relacionados à radiodifusão, cinco são concessionários de rádio ou tv.


Verbas de gabinete

Por favor, tenha calma, vá buscar um cafezinho antes de continuar, pois agora a coisa esquenta ainda mais!

Cada deputado federal conta com uma verba de R$ 180 mil por ano (chamada “indenizatória”) que pode usar para pagar aluguéis de comitês em seu estado de origem, contratar comunicação, custear veículos e seus combustíveis, fazer viagens e assim por diante. A justificativa para a existência desse gasto absurdo é que custearia atividades importantes para o exercício do mandato.

Em 2007, os deputados que estavam em exercício no fim do ano (excluindo-se, portanto, os que se licenciaram durante o período) gastaram quase R$ 80 milhões com esse tipo de despesa.

Os gastos com viagens foram os mais expressivos, atingindo quase R$ 20 milhões no ano. Essas despesas não são aquelas que os deputados utilizam para deslocamentos entre seus estados de origem e Brasília – estas são pagas pela Câmara dos Deputados separadamente. As viagens pagas com dinheiro da verba indenizatória são para outras finalidades que os deputados afirmam serem relacionadas ao exercício do mandato. Você confia?

Para se ter uma singela noção do que é isso, o dinheiro gasto pelo conjunto dos deputados em viagens seria suficiente para cada um dos 513 deputados percorrer de avião quase 190 mil quilômetros, ou cerca de 5 voltas em torno da Terra.

Com relação ao ressarcimento dos gastos com combustível, o montante seria suficiente para percorrer 73,8 milhões de quilômetros. Se esse valor fosse dividido por igual entre os 513 parlamentares, resultaria em cerca de 144 mil quilômetros rodados para cada um. Sem contar ainda que o ressarcimento desse tipo de gastos não se refere apenas a automóveis. Vinte e quatro deputados receberam indenização por gastos com combustíveis para aviões.

Outros 53 receberam valores relativos ao item de gastos com combustíveis para embarcações. Como diria o fiel narrador: “minha Nossa Senhora!”.


As três bancadas com os deputados mais gastadores em cada categoria são:

Aluguel – Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro;

Combustíveis – Goiás, Acre e Roraima;

Consultorias – Sergipe, Alagoas e Distrito Federal;

Divulgação – Rondônia, Rio Grande do Norte e Amazonas;

Materiais de escritório – Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais;

Segurança – Paraíba, Pará e Minas Gerais;

Viagens – Piauí, Amapá e Mato Grosso do Sul.



Vamos falar mais dos Senadores

Esses cidadãos, que não sabem nada de cidadania, são os mais fanfarrões! Dos 81 senadores, 30 (37% deles) têm ocorrências na Justiça e/ou Tribunais de Contas. Onze deles estão na região Norte, representando 42,9% dos eleitos nessa região. Em Rondônia, todos os três senadores são citados em algum processo na Justiça ou em Tribunais de Contas. No Nordeste do país eles são 11 (40,7% do total).


Concessionários de radiodifusão

O Senado é a Casa Legislativa brasileira com o maior número proporcional de detentores de concessões de rádio e TV – no total são 23 senadores, ou 28,4% do total da casa. A maior concentração acontece entre os representantes do Nordeste, dos quais 14 detêm concessões de radiodifusão, correspondendo a 51,9% dos senadores nordestinos e a 17,2% do total de senadores do país.

Dos 17 senadores titulares da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado, cinco são detentores de concessões.

Imagina a força de manipulação da opinião pública que esses caras detém, além do poder de esconder desvios, falcatruas, suas e de seus aliados?


Deputados estaduais

Outros pilantras! Pelo menos um terço dos deputados estaduais de 15 das 27 Casas Legislativas estaduais têm pendências com a Justiça ou com Tribunais de Contas.

Em Goiás eles são nada menos que 73% e em Rondônia são 62,5%. Em seis outras Casas legislativas – Roraima, Paraíba, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – o número de deputados estaduais com esse tipo de problema é de ao menos 40%.


Os deputados e suas rádios e tv’s

Entre as Casas Legislativas das 27 unidades da federação, 20 têm ao menos um deputado que detém concessão de rádio ou TV. Em sete Assembléias, pelo menos 10% dos deputados são concessionários. As Casas legislativas do Piauí (23% dos seus deputados estaduais), Rio Grande do Norte (24%) e Ceará (13%) são aquelas com maior presença de deputados nessas condições.
 
No cenário como um todo, os deputados estaduais concessionários de rádio/TV correspondem a 6,6% do total.


Uso de verbas de gabinete nos estados

A regra quase geral no Brasil é que as Casas legislativas estaduais omitam informações sobre como os seus integrantes gastam as verbas que recebem em seus gabinetes (chamadas de “indenizatórias”, porque são recebidas a posteriori como “indenização” de despesas realizadas).

A existência de tais verbas é justificada pela alegação de que seriam essenciais para o exercício do mandato parlamentar. Na verdade, são usadas para pagar o aluguel de comitês, gasolina, publicidade do parlamentar e outras despesas destinadas a incrementar as suas chances de reeleição.


Em São Paulo...

Os 94 deputados estaduais paulistas despenderam em 2007 um total de R$ 14,660 milhões com despesas de gabinete. Isso dá uma média de R$ 155.959 por deputado. Diferentemente do que ocorre em outras Casas legislativas, os gastos declarados pelos deputados paulistas são muito variáveis, entre o mínimo de R$ 59.669, ao máximo de R$ 204.294.

Só com combustíveis, os deputados estaduais paulistas gastaram o suficiente para percorrer 11,1 milhões de quilômetros, o que em média corresponde a 10 mil quilômetros por deputado, por mês. O dinheiro gasto com viagens (passagens aéreas etc.), mais de R$ 1,2 milhões, permitiria a cada um dos 94 deputados percorrer de avião 66,6 mil quilômetros durante o ano.


Diante disso, cidadãos brasileiros, o que fazer?

No mínimo, temos que passar essas informações adiante. Razoável, seria lutar por mais transparência. Necessário é reagir, seja como cada um de nós quiser e puder. O que não podemos é ficar quietos, calados, como se isso fosse normal e imutável. Se você leu esse texto até aqui já é um bom começo, de uma luta que não tem fim!


Por Mário Barroso
 
Texto produzido com base no relatório publicado no site www.excelencias.org.br
Transparência Brasil - http://www.transparencia.org.br/

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Se Deus é brasileiro eu não sei, mas o Governo é corintiano, com certeza e com cerveja!

Há tempos o governo brasileiro, via presidência e outras, evidencia um completo favorecimento a um time de futebol do país, o Corinthians.
Se não bastasse a tremenda incoerência de construir um novo estádio em São Paulo para beneficiar tal clube, disponibilizar mais de R$1 bilhão de reais em benefícios fiscais e empréstimos diretos do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - agora o governo, ou melhor, o Corinthians anuncia seu novo patrocinador: a Caixa Econômica Federal, um banco 100% estatal. O patrocínio chega a marca de R$31 milhões de reais por ano, o maior patrocínio obtido por um clube de futebol no país, com renovação já acertada até 2014.
Acredito que chegamos ao cúmulo dos absurdos! Como pode um banco estatal financiar as atividades de uma empresa privada sem qualquer tipo de concorrência? No setor público o sistema de licitações foi criado para evitar que situações como essa, de privilégio explícito ao setor privado, ocorressem.
Mas pasmem cidadãos, eles ignoraram mais uma vez todas as regras para continuar jogando a favor desse time. Um time que tem seu ex-técnico como técnico da seleção brasileira, seu ex-presidente como integrante da comissão organizadora da Copa do Mundo, ao lado do ex-atacante da seleção brasileira, Ronaldo, vulgo Fenômeno, sócio majoritário do clube. É praticamente a nata do crime organizado do futebol atuando sem limites!
Agora, só falta a atual presidente dar uma concessão de rádio e tv pública a empresa Corinthians para ela ter também um canal aberto e explorar todas as possibilidades. Na verdade, ainda não tomou essa atitude pois já existem pelo menos duas redes de tv aberta que trabalham exclusivamente para o Corinthians, abertamente. Também poderia criar um novo ministério para tratar de assuntos relevantes a essa empresa, tipo Ministério do Corinthians e do Esporte, afinal, o esporte tem que estar subordinado ao Corinthians e não o contrário. No entanto, também não o fez pois já tem o ex-presidente da república como um dos seus principais articuladores nos mais diversos segmentos, além de outros tantos políticos e personalidades.
 
A Caixa Econômica Federal deveria entrar nessa com mais afinco e criar o programa "Meu ingresso, minha vida", só para os corintianos. Que tal também o "Vale Vitória", para ser oficialmente entregue aos juízes que favorecerem o Corinthians nos campeonatos disputados. Além é claro de novas linhas de crédito para os torcedores comprarem camisetas do time, bolas de futebol, enfim, tipo o "Bolsa Sofredor".
 
Esse tipo de atitude serve para nos mostrar o quanto o dinheiro público no Brasil serve para alimentar a fome de quem não precisa, matar a sede dos cegos pelo poder e saciar a vaidade daqueles que não seriam nada na vida se fossem depender exclusivamente do mérito.
No mais, fica a impressão de que quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo, os políticos (donos das empreiteiras) e as grandes corporações do país (donas dos políticos) criaram o jargão, agora utilizado por uma cervejaria, e na mesma hora pensaram: imagina a festa que vai ser!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Vamos brincar de Polícia e Ladrão?


Eu nasci na época em que quando brincávamos de polícia e ladrão quem era escolhido para ser ladrão fugia da polícia. Imagino como deve ser essa brincadeira de criança hoje: “corre, vai, pega a polícia!”. Na verdade, não há segurança pública que permita pais responsáveis deixarem os filhos brincando nas ruas, como há pouco tempo.
O toque de recolher do PCC em São Roque, há cerca de uma semana, é um exemplo de como somos um mau exemplo de sociedade, onde todos não se suportam, além de se odiarem cada vez mais. E, afinal, por que os bandidos não deram um toque de recolher numa segunda-feira de manhã, para ninguém poder ir trabalhar? Por que tirar ainda um dos poucos momentos de curtição e paz que temos aos finais de semana? Nem a PM explica! Aliás, também é inexplicável como todos os policiais da cidade sumiram, São Roque poderia ter sido saqueada, pois aqueles que pagamos para nos proteger ganharam apenas para se defender em suas bases e nós, indefesos, em nossas casas. 

É Boris, seu bordão invade o hino nacional como refrão e na sociedade hospício poucos duvidam que isso é loucura ou vergonha. Verdade mesmo é que a campanha do desarmamento foi mais um golpe na classe média, que hoje sequer pode portar armas para se defender. Na verdade, devemos ser contra as armas e ao militarismo de qualquer espécie, pois quanto mais há a necessidade de colocar policiais fortemente armados nas ruas ou armas e grades em nossas casas, evidencia o quanto desigual é nossa rua, bairro, cidade, estado ou nação. No entanto, a campanha do desarmamento foi mais um golpe militar que o Brasil sofreu em sua história, isso é fato, apesar de agora o fato ser outro!

A questão não é ser “o garoto enxaqueca”, “o playboy revoltado” ou “o sectário político de plantão”. Nem o ponto de vista, nem a mera opinião se sobrepõe a verdade, pois a verdade não é o que os jornais mostram ou o que o povo fala na rua. A verdade é o que os jornais escondem e o que o povo faz e sofre na rua. Esta nos preços abusivos dos produtos, seja nos supermercados, nas feiras livres, nas agências de viagens, veículos, no comércio de modo geral, nos serviços públicos que são um desserviço!

A verdade é que somos vítimas de um sistema político podre, que nos condena a uma realidade que compreendemos parcialmente.  Aliás, historicamente, não existe no Brasil nenhum segmento que se preocupe ou se dedique a Classe Média, nem ela mesma. Nós, cidadãos comuns, desempregados temporariamente por toda a vida, somos maltratados pelos partidos políticos, ridicularizados pela imprensa, saqueados pela burguesia que detém os meios de produção e desunidos por princípio. Até aí nenhuma novidade, certo? Errado!

Poderíamos viver em um país dez mil vezes melhor. Temos mais cabeças de gado do que gente, mais áreas agrícolas produtivas do que qualquer nação, mais recursos naturais do que alguns continentes inteiros, tanta inteligência e capacidade quanto qualquer superpotência. Então, por que vemos a situação retroceder a cada dia? Por que vemos nossos direitos serem amordaçados? Por que vemos a criminalidade dominar as relações sociais e econômicas?

Como diria um professor muito conhecido da minha geração: “porque sim não é resposta!”. Isso tudo ocorre porque temos a pior classe política de todo o mundo! A classe política mais despreparada e corrompida que já existiu na face da terra. Seja em qualquer esfera, dominada por qualquer legenda, de qualquer período histórico. Pessoas que abusam do discurso vazio, que produzem planos de governo como quem vomita e defeca acometido por uma virose. Partidos que fazem alianças nos mesmos pilares da máfia italiana ou japonesa. Líderes partidários que atuam como ventríloquos do capital. Candidatos que dissimulam seu completo desinteresse com caras, bocas e conversinhas. Sim, há exceções, mas é sempre bom lembrar que a corrupção e a falta de qualidade de vida, em todo o país, é via de regra!

Esses são os culpados, os maiores réus da desigualdade social. Eles criaram e fortaleceram o crime organizado, são os grandes credores dos bandidos. Eles são o sujeito, a primeira pessoa do singular da injustiça. Caso você seja assaltado, perca um parente ou amigo esses dias, seja vítima da criminalidade, seja violentado em sua vida com alguém tirando aquilo que você conquistou com muito suor, já sabe o que fazer. Se alguém te convidar para brincar de polícia e ladrão hoje, mesmo sem poder portar armas ou sair de casa com segurança, corra atrás dos políticos e acabe com eles, nem que seja com um elastiquinho e um papel na mão!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tua Obra, Teu Pão! - show musical

 
Esses dias eu tive o privilégio de assistir novamente o espetáculo musical "Tua Obra, Teu Pão - Canções para Darcy Penteado", do compositor Edson D'aísa, na Oca do Nativos Terra Rasgada (Sorocaba/SP). A apresentação contou com os arranjos e direção musical de Matheus Pezzota (violonista) e participação especial de Paulo Mantovani (clarinete).
 
Durante cerca de uma hora, Edson D'aísa convidou os presentes a mergulhar na vida e obra da maior expressão artística de sua cidade, um artista plástico aclamado em todo o mundo por sua ousadia e talento: Darcy Penteado, nascido em São Roque/SP.
 

As canções são precedidas por textos poéticos e compreendem diversos ritmos (samba, bossa nova, blues, valsa, entre outros). Um repertório intimista, que não segue uma cronologia lírica ou musical, mas apresenta todas as fases de Darcy Penteado, como artista e ser humano.
 
Impossível não destacar a qualidade do espetáculo. Matheus Pezzota (violão) e Paulo Mantovani (clarinete) criam a cama perfeita para a voz de Edson D'aísa. Os três instrumentos soam como uma só voz e propiciam o ambiente ideal para o público imergir nas obras do artista plástico, reproduzidas no palco durante a apresentação.
 
Ao reconhecer, valorizar e resgatar a história de Darcy Penteado, o compositor mostra toda a sua generosidade enquanto artista, além do envolvimento com sua cidade enquanto autor, no entanto, isso não basta. Para quem conhece a vida e obra de Edson D'aísa, o show é apenas um detalhe, pois a amplitude de seu trabalho ultrapassa o entorno de suas produções. Além de construir sua família no pilar das artes, trabalhar sempre ao lado de seus filhos e esposa, todos desenvolvendo funções específicas em seus projetos, de forma profissional, Edson atua como um militante na sua cidade, sendo um dos principais responsáveis pela criação do Fórum Permanente de Cultura e do Conselho Municipal de Cultura de São Roque.

É por essas e outras, que nem cabem nesse texto, que seu trabalho tem um valor inestimável para a cultura como um todo!



Texto e fotos
Por Mário Barroso

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ROCK ACÚSTICO - clássicos do rock nacional e internacional


"Rock Acústico" é uma apresentação que vem contagiando o público em bares, centros culturais, eventos coorporativos, entre outras manifestações. O repertório contempla 3 (três) horas de rock, dos anos 70 aos dias atuais, com versões de bandas como Beatles, Creendence, Pearl Jam, Whitesnake, The Door's, Red Hot Chilli Peppers, Eric Clapton, Deep Purple, Ramones, Nirvana, contemplando ainda músicas nacionais dos Titãs, Legião Urbana, Barão Vermelho, Plebe Rude, Camisa de Vênus, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Hawai, entre outras.
A formação privilegia violão, voz e percussão (abaixo, segue link demonstrativo do trabalho):
http://www.youtube.com/embed/iKa47MF5Ipg?list=UUKtm1wMcaIwOE1xMijywCKw&hl=pt_BR

Contatos:
(11)99898.2101

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Carta da Comunidade Guarani-Kaiowá para o Governo e Justiça do Brasil - texto original publicado em Outubro de 2012

"Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.
 
Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós.  Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.
Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.
Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.
Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para  jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.
Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.     
 
Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay"
 
 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Guarani-Kaiowá: entenda melhor o caso!




29/10/12
por Centro de Trabalho Indigenista


É muito positiva e surpreendente a comoção que uma carta manifesto http://bd.trabalhoindigenista.org.br/?q=documento/carta-da-comunidade-guarani-kaiow%C3%A1-de-pyelito-kuembarakay-iguatemi-ms-para-o-governo-e-jus escrita pela comunidade Guarani Kaiowa da aldeia Pyelito Kue, localizada no complexo de Iguatemi Pegua, provocou na opinião pública em relação ao genocídio que há décadas se instalou contra os povos indígenas no Mato Grosso do Sul. Diversas pessoas que agora tomam conhecimento da situação inaceitável que enfretam os Guarani e Kaiowa no cone sul do Estado têm se manifestado nas redes sociais repudiando o genocídio e a conivência de diversos setores dos governos estadual, federal e do Poder Judiciário.


Personalidades públicas e entidades têm feito o mesmo. A repercussão do tema, embora não ganhe o espaço que deveria nos grandes meios de comunicação (tambémconiventes), traz a esperança de que uma ampla divulgação desta tragédia possa trazer a força que falta para a regularização das terras tradicionais reinvindicadas pelos Guarani e Kaiowa no MS, única forma de resolução do conflito. O que é surpreendente é que ações judiciais contra os indígenas no MS, despejos, assassinatos, violência e racismo são há muito o dia-a-dia dessas comunidades e nunca tanta gente se deu conta disso. Por isso, é importante que essa comoção seja acompanhada de um conhecimento efetivo dos nós que emperram os processos de regularização de suas terras, para que a vontade de ajudar não se esgote rapidamente, como costuma ser o caso, numa sensação de que o problema é insolúvel e numa descrença generalizada em relação à capacidade e disposição do poder público em quitar a dívida monstruosa que tem com os Guarani e Kaiowa. 


É evidente que a regularização das terras indígenas no Mato Grosso do Sul, assim como ocorre em outros Estados, esbarra nos interesses e numa postura intransigente de parte dos ruralistas, que hoje têm peso enorme na correlação de forças dos governos federal e estadual, e, sobretudo, têm meios financeiros para exercer uma pressão esmagadora para que o Poder Judiciário emperre ao máximo os processos. Esses são os dois nós que emperram os processos e que precisam ser desatados ao mesmo tempo para que os
índios de fato tenham posse plena das terras:

1) a falta de prioridade orçamentária e política do Governo Federal para finalizar os estudos de identificação e delimitação das terras indígenas no MS;

2) a conivência do Poder Judiciário, muitas vezes curvado à pressão e aos interesses dos
ruralistas no sentido de paralisar os processos, nas suas mais diversas fases. Nesse contexto, o CTI acredita que seria preciso um mecanismo que permitisse “convencer” os proprietários de boa-fé a retirar as ações contra os processos de regularização das TIs e que ao mesmo tempo permitisse ao Governo Federal levar a cabo esses processos dentro dos marcos do artigo 231 da Constituição Federal de 1988 (ver box abaixo)


Ocorre que esse mecanismo já existe no Mato Grosso do Sul, e nenhum dos setores majoritários do Governo Federal que alegam ter interesse em resolver a questão se empenhou em utilizá-lo.   Fica evidente, portanto, que falta muita vontade política do Governo Federal e é preciso que a pressão da opinião pública se direcione no sentido de provocá-lo a usar dos mecanismos que já tem em mãos para resolver a questão.   Explicando melhor: o Governo do Mato Grosso do Sul aprovou a Lei Estadual nº4.164/2012, que “autoriza o Poder Executivo a Criar o Fundo Estadual de Terras Indígenas”, o FEPATI. Esse mecanismo permite, sem qualquer alteração da Constituição de 1988, a criação de um fundo financeiro para indenizar proprietários de boa-fé cujos imóveis incidam sobre as terras indígenas no Mato Grosso do Sul. Pela Constituição de 1988, Artigo 231, § 6º, os títulos emitidos sobre terras tradicionalmente ocupadas são nulos e, portanto, os imóveis a que se referem não podem ser indenizados.


Através dessa Lei o Estado do Mato Grosso do Sul implicitamente *reconhece que emitiu títulos inválidos* e pretende indenizar os proprietários de boa fé pagando-lhes pelo valor da chamada “terra nua” (posto que as “benfeitorias de boa fé” erigidas nos imóveis são indenizáveis pelo parágrafo 6º do artigo 231 da Constituição).   Esse nó da indenização da chamada “terra nua” tem motivado o Governo Federal, sobretudo o Ministério da Justiça, e os próprios ruralistas a justificar uma suposta necessidade de alterar a Constituição Federal de 1988 para resolver os conflitos mais acirrados envolvendo terras indígenas, como os do Mato Grosso do Sul. Com isso eles jogam uma cortina de fumaça no problema, fingindo buscar uma solução conciliatória, mas pretendendo na verdade restringir ainda mais os direitos dos povos indígenas no Brasil inteiro. Mas uma possível solução já está nas mãos do Governo, por meio da recém aprovada Lei Estadual 4.164, e o Ministério da Justiça nada faz para tentar buscar recursos para o FEPATI e negociar com os proprietários de boa fé a retirada das ações judiciais. Ao contrário, é conivente com medidas de flagrante desrespeito aos índios, que só fazem aumentar o problema, como a polêmica e inconstitucional Portaria 303 http://www.trabalhoindigenista.org.br/noticia.php?id_noticia=127, da AGU. 


Conclamamos todos a pressionar o Ministério da Justiça, a Casa Civil e a Presidenta para reunir seus esforços no sentido de buscar recursos para o FEPATI, e negociar a retirada das ações judiciais contra os índios! Se o problema é indenizar proprietários de boa-fé (que não são tantos assim, se forem julgados aqueles que realizam ou realizaram ações violentas contra os índios), a saída já está nas mãos do Governo. Qualquer alegação ao contrário, ou propostas irresponsáveis de alteração do artigo 231, são meras desculpas e devem ser combatidas.   Se houver interesse efetivo do Governo, uma campanha internacional para emponderar e angariar recursos para o FEPATI, negociando a retirada das ações judiciais, poderia contribuir decisivamente para garantir aos Guarani e Kaiowa a regularização e usufruto efetivo de suas terras tradicionais, resgatando a dignidade desses povos. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Violão, Voz & Poesia em Sorocaba/SP

Divulgação da apresentação "Violão, Voz & Poesia"
na Oca do grupo de teatro de rua Nativos Terra Rasgada, no jornal Cruzeiro do Sul
 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

IV Conferência Municipal de Cultura foi realizada com sucesso

Membros do Fórum e do Conselho com autoridades e Célio Turino ao centro
Na última segunda-feira, das 10h às 17h, no CEC Brasital, o Conselho Municipal de Cultura realizou a IV Conferência Municipal de Cultura em parceria com o Fórum Permanente de Cultura e com a Divisão de Cultura da Prefeitura de São Roque.
O evento contou com ótima participação do público, entre professores e alunos dos cursos oferecidos no CEC Brasital, artistas, produtores e cidadãos. Além do Chefe de Divisão de Cultura, Rodrigo Boccato, a Conferência teve a participação de diversas autoridades, como da Diretora do Departamento de Educação, Márcia Nunes, do futuro Prefeito de São Roque, Daniel de Oliveira, e do Vereador Rodrigo Nunes.
Na parte da manhã, o palestrante Célio Turino apresentou de forma didática e empolgante como é simples mudar a realidade local trabalhando com a transversalidade da Cultura, propiciando a autonomia e o protagonismo dos grupos e pessoas que fazem cultura na cidade. Célio sugeriu criarmos uma Rede Municipal de Pontos de Cultura e também pediu pessoalmente ao futuro Prefeito que pense com muito cuidado em quem será o responsável por cuidar da pasta na cidade.
O Prefeito eleito para a próxima gestão se pronunciou afirmando que seu papel vai ser o de “facilitador”, visando contribuir diretamente para que as demandas dos artistas e produtores locais sejam atendidas. Daniel também ressaltou que o aumento da verba para a Cultura, a partir do próximo ano, foi um trabalho que ele desenvolveu junto com seus vereadores aliados na Câmara.
No período da tarde, os participantes debateram propostas segundo os eixos propostos pelo Plano Nacional de Cultura. A reunião foi organizada e muito produtiva, todos os presentes contribuíram de forma significativa trazendo propostas coerentes e validando as demandas enviadas pelo Fórum e pelo Conselho Municipal de Cultura.
Para ver as propostas debatidas e aprovadas na IV Conferência Municipal de Cultura, acesse o Blog do Conselho: http://conselhomunicipaldeculturasr.blogspot.com. O material será enviado aos atuais governantes e ao futuro Prefeito. No entanto, é importante frisar que para colocar as propostas em prática, os principais responsáveis somos todos nós: cidadãos, artistas, produtores e empresários, que militam pela causa.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MANIFESTO EM DEFESA DA CIVILIZAÇÃO

O Manifesto abaixo foi publicado em nome de diversos economistas da Unicamp,
na verdade, humanistas de corpo e alma. Vale a pena ler!
 

Vivemos hoje um período de profunda regressão social nos países ditos desenvolvidos. A crise atual apenas explicita a regressão e a torna mais dramática. Os exemplos multiplicam-se. Em Madri uma jovem de 33 anos, outrora funcionária dos Correios, vasculha o lixo colocado do lado de fora de um supermercado. Também em Girona, na Espanha, diante do mesmo problema a Prefeitura mandou colocar cadeados nas latas de lixo. O objetivo alegado é preservar a saúde das pessoas.

Em Atenas, na movimentada Praça Syntagma situada em frente ao Parlamento, Dimitris Christoulas, químico aposentado de 77 anos, atira contra a própria cabeça numa manhã de quarta-feira. Na nota de suicídio ele afirma ser essa a única solução digna possível frente a um Governo que aniquilou todas as chances de uma sobrevivência civilizada. Depois de anos de precários trabalhos temporários o italiano Angelo di Carlo, de 54 anos, ateou fogo a si próprio dentro de um carro estacionado em frente à sede de um órgão público de Bologna.

Em toda zona do euro cresce a prática medieval de anonimamente abandonar bebês dentro de caixas nas portas de hospitais e igrejas. A Inglaterra do Lord Beveridge, um dos inspiradores do Welfare State, vem cortando recorrentemente alguns serviços especializados para idosos e doentes terminais. Cortes substantivos no valor das aposentadorias e pensões constituem uma realidade cada vez mais presente para muitos integrantes da chamada comunidade europeia. Por toda a Europa, museus, teatros, bibliotecas e universidades públicas sofrem cortes sistemáticos em seus orçamentos. Em muitas empresas e órgãos públicos é cada vez mais comum a prática de trabalhar sem receber. Ainda oficialmente empregado é possível, ao menos, manter a esperança de um dia ter seus vencimentos efetivamente pagos. Em pior situação está o desempregado. Grande parte deles são jovens altamente qualificados.

A massa crescente de excluídos não é um fenômeno apenas europeu. O mesmo acontece nos EUA. Ali, mais do que em outros países, a taxa de desemprego tomada isoladamente não sintetiza mais a real situação do mercado de trabalho. A grande maioria daqueles que hoje estão empregados ocupam postos de trabalhos precários e em tempo parcial concentrados no setor de serviços. Grande parte dos postos mais qualificados e de melhor remuneração da indústria de transformação foram destruídos pela concorrência chinesa.

Nesse cenário, a classe média vai sendo espremida, a mobilidade social é para baixo e o mercado de trabalho vai ficando cada vez mais polarizado no país das oportunidades. No extremo superior, pouquíssimos executivos bem remunerados que têm sua renda diretamente atrelada ao mercado financeiro. No extremo inferior, uma massa de serviçais pessoais mal pagos sem nenhuma segurança, que vivem uma realidade não muito diferente dos mais de 100 milhões que recebem algum tipo de assistência direta do Estado. O Welfare State, ao invés de se espalhar pelo planeta, encampando as tradicionais hordas de excluídos, encolhe, aumentando a quantidade de deserdados.

Muitos dirão que essa situação será revertida com a suposta volta do crescimento econômico e a retomada do investimento na indústria de transformação nestes países. Não é verdade. É preciso aceitar rapidamente o seguinte fato: no capitalismo, o inevitável avanço do progresso tecnológico torna o trabalho redundante. O exponencial aumento da produtividade e da produção industrial é acompanhado pela constante redução da necessidade de trabalhadores diretos. Uma vez excluídos, reincorporam-se – aqueles que o conseguem – como serviçais baratos dentro de um circuito de renda comandado pelos detentores da maior parcela da riqueza disponível. Por isso mesmo, a crescente desigualdade de renda é funcional para explicar a dinâmica desse mercado de trabalho polarizado.

Diante desse quadro, uma pergunta torna-se inevitável: estamos nós, hoje, vivendo uma crise que nega os princípios fundamentais que regem a vida civilizada e democrática? E se isso for verdade: quanto tempo mais a humanidade suportará tamanha regressão?

A angústia torna-se ainda maior quando constatamos que as possibilidades de conforto material para a grande maioria da população deste planeta são reais. É preciso agradecer ao capitalismo, e ao seu desatinado desenvolvimento, pela exuberância de riqueza gerada. Ele proporcionou ao homem o domínio da natureza e uma espantosa capacidade de produzir em larga escala os bens essenciais para as satisfações das necessidades humanas imediatas. Diante dessa riqueza, é difícil encontrar razões para explicar a escassez de comida, de transporte, de saúde, de moradia, de segurança contra a velhice, etc. Numa expressão, escassez de bem estar!

Um bem estar que marcou os conhecidos “anos dourados” do capitalismo. A dolorosa experiência de duas grandes guerras e da depressão pós 1929, nos ensinou que deveríamos limitar e controlar as livres forças do mercado. Os grilhões colocados pela sociedade na economia explicam quase 30 anos de pleno emprego, aumento de salários e lucros e, principalmente, a consolidação e a expansão do chamado Estado de Bem Estar Social. Os direitos garantidos pelo Estado não deveriam ser apenas individuais, mas também coletivos. Vale dizer: sociais. Dessa maneira, ao mesmo tempo em que o direito à saúde, à previdência, à habitação, à assistência, à educação e ao trabalho eram universalizados, milhares de empregos públicos de médicos, enfermeiras, professores e tantos outros eram criados.

O Welfare State não pode ser interpretado como uma mera reforma do capitalismo, mas sim como uma grande transformação econômica, social e política. Ele é, nesse sentido, revolucionário. Não foi um presente de governos ou empresas, mas a consequência de potentes lutas sociais que conseguiram negociar a repartição da riqueza. Isso fica sintetizado na emergência de um Estado que institucionalizou a ética da solidariedade. O individuo cedeu lugar ao cidadão portador de direitos. No entanto, as gerações que cresceram sob o manto generoso da proteção social e do pleno emprego acabaram por naturalizar tais conquistas. As novas e prósperas classes médias esqueceram que seus pais e avós lutaram e morreram por isso. Um esquecimento que custa e custará muito caro às gerações atuais e futuras. Caminhamos para um Estado de Mal Estar Social!

Essa regressão social começou quando começamos a libertar a economia dos limites impostos pela sociedade, já no início dos anos 70. Sob o ideário liberal dos mercados, em nome da eficiência e da competição, a ética da solidariedade foi substituída pela ética da concorrência ou do desempenho. É o seu desempenho individual no mercado que define sua posição na sociedade: vencedor ou perdedor. Ainda que a grande maioria das pessoas seja perdedora e não concorra em condições de igualdade, não existem outras classificações possíveis. Não por acaso o principal slogan do movimento Occupy Wall Street é “somos os 99%”. Não por acaso, grande parte da população espanhola está indignada.

Mesmo em um país como o Brasil, a despeito dos importantes avanços econômicos e sociais recentes, a outrora chamada “dívida social” ainda é enorme e se expressa na precariedade que assola todos os níveis da vida nacional. Não se pode ignorar que esses caminhos tomados nos países centrais terão impactos sob essa jovem democracia que busca, ainda, universalizar os direitos de cidadania estabelecidos nos meados do século passado nas nações desenvolvidas.

Como então acreditar que precisamos escolher entre o caos e austeridade fiscal dos Estados, se essa austeridade é o próprio caos? Como aceitar que grande parte da carga tributária seja diretamente direcionada para as mãos do 1% detentor de carteiras de títulos financeiros? Por que a posse de tais papéis que representam direitos à apropriação da renda e da riqueza gerada pela totalidade da sociedade ganham preeminência diante das necessidades da vida dos cidadãos? Por que os homens do século XXI submetem aos ditames do ganho financeiro estéril o direito ao conforto, à educação e à cultura?

As respostas para tais questões não serão encontradas nos meios de comunicação de massa. Os espaços de informação e de formação da consciência política e coletiva foram ocupados por aparatos comprometidos com a força dos mais fortes e controlado pela hegemonia das banalidades. É mais importante perguntar o que o sujeito comeu no café da manhã do que promover reflexões sobre os rumos da humanidade.

A civilização precisa ser defendida! As promessas da modernidade ainda não foram entregues. A autonomia do indivíduo significa a liberdade de se auto-realizar. Algo impensável para o homem que precisa preocupar-se cotidianamente com sua sobrevivência física e material. Isso implica numa selvageria que deveria ficar restrita, por exemplo, a uma alcateia de lobos ferozes. Ao longo dos últimos de 200 anos de história do capitalismo, o homem controlou a natureza e criou um nível de riqueza capaz de garantir a sobrevivência e o bem estar de toda a população do planeta. Isso não pode ficar restrito para uma ínfima parte. Mesmo porque, o bem estar de um só é possível quando os demais à sua volta encontram-se na mesma situação. Caso contrário, a reação é inevitável, violenta e incontrolável. A liberdade só é possível com igualdade e respeito ao outro. É preciso colocar novamente em movimento as engrenagens da civilização.

Assinaturas
DAVI DONIZETI DA SILVA CARVALHO
EDUARDO FAGNANI
CAMILA LINHARES TEIXEIRA
CLAUDIO LEOPOLDO SALM
MILTON LAHUERTA
EDSON CORREA NUNES
MIRIAM DOMINGUES
WILMA PERES COSTA
NEIRI BRUNO CHIACHIO
NATÁLIA MINHOTO GENOVEZ
PEDRO GILBERTO ALVES DE LIMA
SAMIRA KAUCHAKJE
FABIO DOMINGUES WALTENBERG
ALICIA UGÁ
JULIANO SANDER MUSSE
AMÉLIA COHN
LIGIA BAHIA
MAGDA BARROS BIAVASCHI
FABRÍCIO AUGUSTO DE OLIVEIRA
ANTONIO CARLOS ROCHA
RODRIGO PEREYRA DE SOUSA COELHO
GABRIEL QUELHAS DE ALMEIDA
MARIENE GONÇALVES TUNG
AMILTON MORETTO
ANA AURELIANO SALM
MARCIO SOTELO FELIPPE
FREDERICO MAZZUCCHELLI
CELIO HIRATUKA
EDUARDO BARROS MARIUTTI
ANGELA MOULIN SIMÓES PENALVA SANTOS
ANGELA MARIA CARVALHO BORGES
JOÃO MIRANDA SILVA FAGNANI
RODOLFO AURELIANO SALM
EVA LUCIA SALM
ÉDER LUIZ MARTINS
FERNANDA MAZZONI DE OLIVEIRA
MICHELLE MAUREN DOVIGO CARVALHO
FELIPE LARA CIOFFI
ALOISIO SERGIO ROCHA BARROSO
RONEY MENDES VIEIRA
NAIRO JOSÉ BORGES LOPES
MARIA FERNANDA CARDOSO DE MELO
WILSON CANO
NEREIDE SAVIANI -
FREDERICO LOPES NETO
MARIA DE FÁTIMA BARBOSA ABDALLA
BRANCA JUREMA PONCE
LUIZ GONZAGA DE MELLO BELLUZZO
ALAN GUSMÃO SILVA
JOSE ANTONIO MORONI
VANESSA CRISTINA DOS SANTOS
JOSÉ CLAUDINEI LOMBARDI
EDSON DONIZETTI XAVIÉR DE MIRANDA
MARIA EDUARDA PAULA BRITO DE PINA
MARIA DE FATIMA FELIX ROSAR
CÁSSIA HACK
DERMEVAL SAVIANI
ROBSON SANTOS DIAS
RODRIGO TAVORA GADELHA
JORGE LUIZ ALVES NATAL
LUCIANO VIANNA MUNIZ
ALUIZIO FRANCO MOREIRA
MARISE VIANNA MUNIZ
JURACI COLPANI
ALESSANDRO CESAR ORTUSO
GENILDO SIQUEIRA
CARLOS EDUARDO DE FARIAS
CARLOS ALONSO BARBOSA DE OLIVEIRA
JOSE DAMIRO DE MORAES
FERNANDO MOREIRA MORATO
CELSO JOÃO FERRETTI
SILVIA ESCOREL DE MORAES
DANIEL ARIAS VAZQUEZ
EVERTON DAB DA SILVA
JOÃO GABRIEL BARRETO SILVA ROCHA
CELSO EUGÊNIO BRETA FONTES
SARAH ESCOREL
VINICIUS GASPAR GARCIA
DENIS MARACCI GIMENEZ
DENISE DO CARMO SILVA PEREIRA
JEFFERSON CARRIELLO DO CARMO -
VAGNER SILVA DE OLIVEIRA
GABRIEL PRIOLLI
JÉSSICA MARCON DALCOL
MARINA VENÂNCIO GRANDOLPHO
PEDRO HENRIQUE DE MELLO LULA MOTA
DANIEL SANTIAGO MOREIRA
VANESSA MORAES LUGLI
SANDRA MARIA DA SILVA LIMA
CARLOS RAFAEL LONGO DE SOUZA
MARIA SILVIA POSSAS
LUCIANA RAMIREZ DA CRUZ
CAROLINA PIGNATARI MENEGHEL
PEDRO DOS SANTOS PORTUGAL JÚNIOR
JOSÉ AUGUSTO GASPAR RUAS
WELLINGTON CASTRO DOS SANTOS
ALESSANDRO FERES DURANTE
DANIEL HERRERA PINTO
PEDRO HENRIQUE VERGES
DAVI JOSÉ NARDY ANTUNES
CARLA CRISTIANE LOPES CORTE
CARLOS ALBERTO DRUMMOND MOREIRA
DANIEL DE MATTOS HÖFLING
MARCELO WEISHUPT. PRONI
ENIO PASSIANI
JOSÉ DARI KREIN
ANSELMO LUIS DOS SANTOS
FABIO EDUARDO IADEROZZA
HIGOR FABRÍCIO DE OLIVEIRA
DANER HORNICH
HELDER DE MELO MORAES
JOSE EDUARDO DE SALLES ROSELINO JUNIOR
JULIANA PINTO DE MOURA CAJUEIRO
FERNANDO CATALANI
FERNANDA PIM NASCIMENTO SERRALHA
LEANDRO PEREIRA MORAIS
MARCELO PRADO FERRARI MANZANO
OLIVIA MARIA BULLIO MATTOS
RENATO BROLEZZI
LUCAS JANNONI SOARES
MÁRCIO SAMPAIO DE CASTRO
MARIA PINON PEREIRA DIAS
LUIZ MORAES DE NIEMEYER NETO
RODRIGO COELHO SABBATINI
LÍCIO DA COSTA RAIMUNDO
FERES LOURENÇO KHOURY