Parece que a novela acabou. Não estou falando daquela com a Débora Secco, que aparece nua quase todos os dias na TV para a alegria dos maridos e inveja das esposas, estou falando sobre a questão da Música Ao Vivo, é evidente!
Após um protesto pacífico intitulado “Serenata ao Prefeito”, os músicos de São Roque/SP mostraram para todo o Brasil que estavam sendo prejudicados e dispostos a lutar para mudar a situação.
A imprensa de todo o país e órgãos dos mais diversos divulgaram o protesto dos músicos, louvando a iniciativa pacífica e descontraída. Emissoras de televisão, rádios, jornais, revistas, sites, enfim. A repercussão foi muito maior do que a imaginada.
No dia seguinte a manifestação “Serenata ao Prefeito”, o vice-prefeito Miro Manfredi foi até a Câmara Municipal e, segundo ele, a pedido do Prefeito para informar ao Vereador Rodrigo Nunes (que apoiou a causa dos músicos desde o início) que o vereador deveria apresentar um projeto de Lei e o Prefeito não vetaria.
Assim, o Vereador recebeu as sugestões dos músicos e os advogados da Câmara Municipal ajudaram os mesmos a redigir um Projeto de Lei. O projeto foi votado e aprovado por unanimidade e logo após o Prefeito enviou o veto, desdizendo o recado que havia mandado.
Particularmente, posso dizer que todos os músicos envolvidos acompanharam com perplexidade esses fatos, sem entender o que estava ocorrendo. No entanto seguiram lutando, se mobilizando, participando das sessões da Câmara e reivindicando que a casa derrubasse o veto. Mas novamente foram surpreendidos na sessão onde seria votado o veto. Devido a ausência de um vereador, a votação foi adiada. E caso o veto fosse votado naquela ocasião, com certeza os músicos sairiam perdendo, pois outros vetos do Prefeito já tinham sido acatados por sua “base aliada”, que só será “base” e “aliada” até daqui alguns meses, quando o bicho das eleições pegar de vez.
Só um detalhe...
Durante a última semana, que antecedeu a votação do veto, o vento mudou. O Prefeito que tinha enviado textos aos jornais criticando as solicitações dos músicos e agido nos bastidores com todas as forças para acabar com o projeto de Lei apresentado, mudou de idéia e enviou um projeto para ser votado em regime de urgência, igualzinho ao sugerido pelos músicos e apresentado pelo Vereador Rodrigo Nunes. Assim, todos os vereadores aprovaram o projeto por unanimidade.
Agora, São Roque/SP pode ter som ao vivo em bares e restaurantes sem que os mesmos sejam obrigados a ter isolamento acústico, desde que respeitem os volumes de decibéis e os horários estipulados em Lei.
Depois disso tudo o que fica são algumas certezas:
- Qualquer grupo, comunidade, segmento da sociedade que esteja sendo prejudicado pode se unir, propor mudanças e vencer de forma democrática.
- O Prefeito tomou a atitude não por bom senso, senão já teria enviado o projeto antes.
- A política é mais deprimente do que se imagina.
- O Prefeito vai colher louros de uma causa que não compartilha. Como já está fazendo nos jornais locais.
- Alguns que defendiam o Prefeito e criticaram sem saber as reivindicações dos músicos, agora estão engolindo tudo com um gosto amargo e azedo na boca.
- Com certeza um ou outro irresponsável vai acabar cometendo excessos e todo o Protesto será questionado.
- Muita gente (bandas, músicos e comerciantes) que não tirou o traseiro do sofá vai ser beneficiada e ainda dizer que lutou pela mudança.
- Hoje, sexta-feira 13, eu e grandes músicos amigos meus, temos de volta o direito de tocar nos bares da nossa cidade.
3 comentários:
Valeu, Marião...ponto pra nós e, especialmente, pra você pro Edson D'Aisa.
Efaneu tem uma rima adequadapara o que aconteceu com ele, mas nem preciso escrever isso.
Abraços
Paulo Moraes
Como o Mario`Sérgio disse a luta foi do grupo que sentiu-se impossibilitado de exercer sua profissão se uniu e obteve exito. Mas a luta pela cultura da nossa cidade não para por ai,no Forum Municipal de Cultura que acontece toda a última 2ªf do mês , temos "VOZ" e a próxima reivindicação é que Conselho Municipal de Cultura seja efetivado, pois já foram eleitos quase todos os conselheiros e só falta a indicação dos membros representantes do poder executivo.
Edson D'aísa
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