terça-feira, 17 de agosto de 2010

Salman Rushdie marcou presença na Flip



Pela segunda vez o escritor Salman Rushdie (Mumbai, Índia) esteve presença na Flip. Com a publicação da obra Os filhos da meia-noite o autor ganhou o prestigioso Booker Prize (1981), o Booker of Bookers (1993) e o Best of the Booker (2008). Neste ano, Rushdie veio para lançar seu novo romance: Luka e o fogo da vida.

No entanto, a obra que lhe rendeu mais popularidade foi Os versos satânicos (1988), quando recebeu o Whitbread Prize e ficou mundialmente conhecido devido sua condenação pelo aiatolá Khomeini, devido ao conteúdo do livro: “Na verdade eu passei boa parte da minha vida de escritor refletindo sobre o fanatismo, mesmo antes de ‘Os versos satânicos’. E já acompanhava o crescimento do extremismo fundamentalista antes de ele se voltar contra mim.”, conta.

Salman Rushdie acredita que a literatura é um importante caminho na construção da identidade. “Hoje há inúmeras formas de adquirir informação. A literatura apresenta ao leitor acesso a mundos e experiências distintas, outras culturas. Antes de conhecer pessoalmente à América Latina eu achava que sabia algo sobre a região. Percebi o quanto este mundo é mesmo louco, assim como os livros”.



Durante sua participação no evento, Rushdie defendeu que um autor deve privilegiar a contextualização na produção das obras. "A história é uma das melhores formas de compreendemos o mundo. Para entender o presente é importante compreender o passado. Como autor é indispensável a dimensão histórica para entender o presente".

O escritor ainda falou sobre a Índia, sua terra Natal, afirmando que o país está muito diferente de 30 anos atrás, quando escreveu “Os filhos da meia-noite”. “Continuo sendo considerado um autor indiano, mesmo escrevendo em inglês”, afirmou. Antes de concluir, Salman Rushdie declarou que sua obra foi influenciada pelo escritor brasileiro Machado de Assis.


Por Mário Barroso
MAC/BRASIL

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