Ano que passou como o Sol no Zodíaco,
Como sempre. Ano como nunca.
Tempo curto em que meu grande sonho morreu
E meu filho nasceu, o maior presente.
A mulher que eu amo
Mudou com a mudança.
Nosso amor não se fortaleceu, nem acabou,
Continua, em fase de tratamento.
Em outubro, renasci, vivo, com a camisa 10.
Em Dezembro, temi o fim e acabei
Sobrevivendo,
Na desigualdade sem fim.
Ao final, dormi e acordei
Horas seguintes, um ano depois.
De toda a festança e comilança
Passei bem até passar mal.
Muitos amigos, não vi.
A família reunida, nem toda.
Da sentença que criei me despeço
Sem dor ou culpa.
Aprendi tanto que desaprendi a ser eu mesmo.
Joguei no desapego e ganhei na loteria.
Afoguei parte de mim, que ainda me afogava,
Com álcool etílico de qualidade duvidosa.
Hoje, o passado recente, descansa em memória.
O futuro? Semente,
Que germina sem adubo, dentro e fora,
De mim e do mundo.
Tudo passou, a ressaca, os abraços, as certezas.
E do poeta da música que não curto,
Uma frase me arrebenta.
Verdade pura e quase ingênua
Que me carrega avante e grita,
Seja no princípio, agora e sempre,
Dentro do meu peito:
“É a vida! É bonita e é bonita!”
Por falar nisso, tenho de ir.
O ano mal começou e meu filho já está sorrindo.
Não há filosofia, luta ou sonho,
Que eu amo e acredito,
Capaz de deixar esse momento me perder.
Antes de ir
Que o Universo me ouça:
Obrigado pela benção!
E desculpe, sinceramente,
Por não saber comunicar e agradecer,
À altura.
Feliz Ano Novo!
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