quarta-feira, 27 de abril de 2011

Na Casa dos 30


Na casa dos 30 a gente sofre, a gente experimenta,

A gente se entrega e não se contenta.

Na casa dos 30 a gente quer virar.


Na casa dos 30 não há risco que não valha a pena.

Não há uma postura que a gente condene.

Não há porta fechada pra gente entrar.


Na casa dos 30 não importa a nossa aparência.

Não importa se estamos na falência.

Na casa dos 30 não há paciência.


Na casa dos 30 não há nada mais fora de moda.

A gente toma sopa, a gente toma foda.

A gente nem aprende e começa a ensinar.


Na casa dos 30 vale a pena escalar o morro.

Vale a pena apagar a vela do bolo.

Vale cada noite para celebrar.


Na casa dos 30 a gente pega o gosto pela coisa.

A gente se cala, discute e prosa.

A gente agiliza pra fazer mudar.


Na cada dos 30 já não há o que seja segredo.

A semana já é um desassossego.

O fim de semana é familiar.


Na casa dos 30 a realidade toma à frente.

Na casa dos 30 a gente escova os dentes

E faz tudo sem alguém ter que mandar.


Na casa dos 30 a gente casa, a gente se inventa.

A gente toma tombo e logo se levanta.

A gente não espera pra ver o que dá.


Na casa dos 30 dá pra ver o mundo lá de cima.

Mesmo com a cabeça sobre a guilhotina.

Na casa dos 30 é só deixar rolar.


Na casa dos 30 a vida começa a fazer sentido.

A rotina começa a perder a graça.

O ano começa e logo já passa.


Na casa dos 30 o sonho é mais do que possível.

Não há nada que possa ser intangível.

A gente se muda e muda de lugar.


Na casa dos 30 a gente bebe e vive na praia.

Homem usa bermuda, mulher mini-saia.

Mas a camisinha ninguém quer usar.


Na casa dos 30 cada amigo toma o seu rumo.

Uns pegam canudo, outros pegam fumo.

Uns põem aliança, outros vão rodar.


Na casa dos 30 a gente ama mais.

Na casa dos 30 a gente pega e faz.

Na casa dos 30 a gente leva e traz.


Na casa dos 30 a gente aposta mesmo sem ter ficha.

A gente compra a prazo mesmo sem certeza.

A gente dá um jeito de fazer rolar.


Na casa dos 30 a gente para de contar o tempo.

A gente começa a ficar atento.

A gente começa a recomeçar.


Na casa dos 30 a gente aprende a jogar o jogo.

A gente se acha esperto e é feito de bobo.

Vivemos como se o mundo fosse acabar.


Na casa dos 30 o vinho fica ainda mais saboroso.

O sexo fica cada dia mais gostoso.

Na casa dos 30 há muito ainda pra gozar!

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