Enquanto a lei da ficha limpa vai ficando sempre pra depois, deixando que criminosos se disfarcem de políticos para condenar milhões à miséria e subemprego. Enquanto você trabalha por um salário incompatível com as suas necessidades básicas para sobreviver e tem que fazer malabarismos para pagar suas contas. Enquanto você paga impostos para serem convertidos em serviços públicos e mesmo assim tem que pagar escola particular, plano de saúde particular, pois as escolas e os hospitais públicos estão cada dia piores, por exemplo. Ricardo Teixeira e sua corja estão esbanjando bilhões de reais em dinheiro público para fazer suas trapaças.
Não existe pessoa ingênua que desconheça a podridão do mercado do futebol. O torcedor, apaixonado pelo esporte, pela competição, pela eterna rivalidade do seu clube ou seleção, é mais um refém desse jogo de interesses. Se não bastasse pagar ingressos com valores absurdos e sofrer com o descaso na hora da compra, passando horas na fila. Não contando com estrutura física e logística para assistir aos jogos com segurança. Tendo que ver a camisa do seu time abarrotada de patrocínios e até a camisa do juiz de futebol, entre tantas outras situações inadmissíveis.
Agora, o torcedor brasileiro está sendo vítima de outro gole: a Copa do Mundo. Ninguém é louco de ser contra um evento tão importante que poderia trazer avanços significativos para o país, em infra-estrutura urbana, melhoramento de estradas e aeroportos, entre tantas outras “benfeitorias”, como dizem os políticos.
No entanto, pelo conjunto da obra, essa Copa do Mundo está se mostrando na maior farra do boi da história desse país. O discurso é lindo, a prática medonha. Não há uma obra que esteja dentro de um cronograma razoável, tudo para que licitações emergenciais e direcionadas sejam realizadas para desviar mais dinheiro público.
A CBF já poderia ser chamada de “Curintia Brazilis Federation”, pois tem beneficiado o Corinthians desde o início, como por exemplo, na formação da Comissão responsável por organizar a Copa do Mundo (onde foi escalado como titular absoluto o presidente do Corinthians) e na questão da não habilitação do estádio do Morumbi para a abertura ou para os demais jogos da Copa. Um estádio onde jogaram os maiores ídolos do futebol, palco de clássicos memoráveis e de histórias incríveis, um memorial sagrado do futebol brasileiro que foi jogado para escanteio por meros interesses políticos. O clássico que poderia ser disputado no Morumbi em 2014 entre Brasil x França, por exemplo, foi descartado para abrigar a disputa de outros gigantes como Camargo Correira x Odebrecht, Combinado da FIFA e CBF x São Paulo Futebol Clube.
E quem perde com isso? Todos nós!
Amantes ou não do futebol irão pagar essa conta. Mais de R$400 milhões em isenção de impostos, dinheiro literalmente doado pelo poder público federal, estadual e municipal (fora o empréstimo de outros tantos milhões do BNDES) para que o maior absurdo da Copa do Mundo, até o momento, fosse colocado em prática: a construção de mais um estádio na cidade de São Paulo. Totalmente descabida, absurdamente superfaturada, uma obra inexplicável tanto pela sua localização, quanto pela sua execução.
Um estádio que ninguém sabe ao certo como vai ser, que para atingir o número de espectadores exigidos pela FIFA para a partida de abertura da Copa do Mundo, vai contar com “arquibancadas móveis”, ou seja, arquibancadas de metal, como as utilizadas nos rodeios e nos eventos de quermesse realizados por prefeituras Brasil a fora. Ninguém entende como um projeto desse tipo pode dar certo, a não ser Ricardo Teixeira e sua gangue.
Projeto da construção do estádio em Itaquera prevendo as arquibancadas móveis |
O jornalista inglês Andrew Jennings está denunciando a máfia do futebol mundial e as relações promíscuas entre a FIFA e a CBF há algum tempo, mas no caso de Ricardo Teixeira, o Ministério Público parece que anda meio surdo de um ou dos dois ouvidos. Segundo Jennings, o Presidente da CBF é um dos maiores mafiosos do futebol mundial. “O senhor Teixeira esta usando a Copa do Mundo para saquear o povo brasileiro e enriquecer ainda mais”, declarou o jornalista em inúmeras entrevistas no Brasil e no mundo. Mas irregularidades, contradições, absurdos e afins, não estão relacionadas apenas a construção do estádio em São Paulo, como em todo o país. A reforma do Maracanã, que já passa de R$ 1 bilhão de reais, equivale a construção de quase dois estádios com padrões de times Europeus, como Arsenal, Real Madri, entre outros.
O galinhão da tiazinha, só R$3,00 |
No entanto, o mais absurdo de tudo isso é que em São Roque/SP, uma cidade do interior de São Paulo, numa lanchonete que fica localizada no centro, o galinhão custa apenas R$3,00 reais. Hoje eu vou correndo comprar um, antes que a tiazinha descubra que a CBF vendeu um galinhão pra FIFA por mais de R$400 milhões de reais e também comece a superfaturar essa obra!