Futebol é uma paixão nacional! Muito mais para os homens, torcedores fanáticos, loucos não só pelo seu time como por qualquer jogo que esteja passando na televisão: “Argélia x Eslovênia pela Copa do Mundo: tô dentro!”.
Muitas mulheres reclamam que são jogadas para escanteio em dia de jogo, outras acham “uma babaquice, um bando de homem de shortinho correndo atrás de uma bola” e não ligam para essa situação.
Começa o jogo
Esse é um clássico de dois times que jamais vão se compreender. Eles se respeitam mutuamente, mas não aceitam suas diferenças. Homem e Mulher numa disputa acirrada.
A atacante parte pra cima no primeiro lance dizendo que não entende como é possível os homens verem centenas de vezes os mesmos gols, os mesmos lances, assistirem todos os dias os mesmos programas e ouvirem os mesmos comentários.
O centro-avante parte para o contra-ataque dizendo que não entende porque o produto escolhido por elas é sempre o mais caro da loja, que as mulheres falam demais e ficam pegando no pé o tempo todo.
O meio-campo dos dois times disputa na bola: direitos iguais, liberdade, uma entrada mais dura no preconceito e segue o jogo.
A defesa de ambos está bem postada. O zagueiro experiente rouba a bola, dá dois cortes na atacante, diz que lugar de mulher é na cozinha e dá um chutão pra frente.
A zagueira corta o ataque do adversário dizendo que vivemos numa sociedade patriarcal, machista e por isso o futebol, símbolo de virilidade, é tão aclamado!
A partida segue sem gols até o final e os times partem para a decisão por penaltis.
Penalidades
A batedora do time feminino chuta rasteiro dizendo que homem é tudo igual e faz o primeiro gol.
O batedor adversário chuta forte, no meio do gol, dizendo que mulher é tudo fofoqueira e converte.
A atacante chega com moral, corre pra bola e chuta no ângulo dizendo que homem não presta e faz um golaço!
O centro-avante adversário bate com força no canto dizendo que as mulheres também são infiéis, mas a goleira espalma dizendo que não é bem assim.
A zagueira dá de bico na bola dizendo que homem que é homem não bate em mulher e também faz.
Agora, o goleiro do time adversário vai bater, se ele errar elas avançam na competição. Até o momento ele não se pronunciou. Ele olha fixamente pra bola, corre e antes de bater dá uma paradinha dizendo: “Espera aí, a gente faz tudo por vocês, damos o melhor, compramos quase tudo o que vocês pedem, nos doamos ao máximo, blá,blá,blá e bate...
A goleira sabiamente espera, não cai e pega, dizendo: “Não fazem mais do que a obrigação!”.
O juiz apita. Final de jogo! Os jogadores do time adversário estão revoltados, partem para cima do juiz dizendo que a goleira se adiantou, está criada a polêmica!
Para acompanhar todos os lances, comentários e reprises dessa partida, não perca o próximo capítulo da sua novela diária.
Por Mário Barroso